Homem sírio segura uma mão de criança supostamente após ataques aéreas na cidade de Aleppo| Foto: AMEER AL-HALBI/AFP

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta segunda (8) estar “horrorizada” com o sofrimento de civis que estão sendo obrigados a deixar a cidade síria de Aleppo por causa de bombardeios apoiados pela Rússia.

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Merkel e o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, anunciaram, após reunião em Ancara, que os dois países acordaram em desenvolver uma “iniciativa diplomática conjunta” para parar os ataques contra Aleppo.

Segundo Davutoglu, a ação -sobre a qual não deram mais detalhes- fará parte de um conjunto de medidas para conter o fluxo de refugiados da Síria.

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“Estamos não só chocados mas também horrorizados com o sofrimento humano de dezenas de milhares de pessoas em meio a ataques com bombas, inclusive ataques com bombas originados do lado russo”, disse Merkel.

Com o apoio de Moscou e do Irã, o Exército da Síria tem avançado nos últimos dias em direção à fronteira com a Turquia. Nesta segunda-feira (8), os militares sírios recapturaram uma vila ao norte de Aleppo que estava tomada por opositores do regime.

Segundo a agência oficial síria Sana, o Exército tomou o controle da vila de Kfeen “após varrer o último grupo de terroristas”, usando o termo pelo qual o governo de Bashar al-Assad se refere aos insurgentes.

Milícias apoiadas pelo Irã tiveram um papel fundamental em solo, ao mesmo tempo que caças russos intensificaram os bombardeios -o que permitiu que o Exército sírio assumisse o controle de importantes áreas no norte pela primeira vez em mais de dois anos.

“Nossa existência está agora ameaçada, não estamos apenas perdendo terreno”, disse o combatente Abdul Rahim al-Najdawi, do grupo insurgente Liwa al-Tawheed, à Reuters.

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“Eles estão avançando e nós estamos recuando. Diante de ataques aéreos tão fortes, precisamos minimizar nossas perdas.”

As forças sírias e seus aliados estariam a cerca de 25 quilômetros da fronteira com a Turquia, segundo rebeldes e moradores.

Refugiados

A ofensiva do regime de Bashar al-Assad na região de Aleppo já obrigou dezenas de milhares de sírios a fugir em direção à Turquia. Segundo as autoridades turcas, até 35 mil sírios se encontram na fronteira entre os dois países, que já está fechada há quatro dias.

A Turquia está sob forte pressão internacional para reabrir sua fronteira aos refugiados sírios, que têm enfrentado o frio intenso, com mulheres e crianças em barracas improvisadas perto da passagem de Bab al-Salameh.

Nesta segunda, Davutoglu disse que seu país receberá os sírios que estão na fronteira “quando necessário”. Há cerca de 2,5 milhões de refugiados do país na Turquia hoje.

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Davutoglu afirmou, após encontro com Merkel, que a Turquia informará a União Europeia na próxima semana sobre os projetos em que deve aplicar os 3 bilhões de euros destinados pelo bloco ao país para lidar com a crise de refugiados.