A procuradoria do Estado mexicano de Tabasco anunciou nesta quarta-feira a prisão de quatro suspeitos de envolvimento no massacre da família de um fuzileiro naval em vingança pela morte do barão das drogas Arturo Beltrán Leyva e vinculou os detidos com o grupo de mercenários os Zetas.
O procurador Rafael González informou em entrevista coletiva que os detidos são três homens e uma mulher que supostamente trabalhavam como informantes dos Zetas, um grupo associado ao Cartel do Golfo, mas que nos últimos anos também se associou aos Beltrán Leyva.
A mãe, dois irmãos e uma tia do militar Melquisedet Angulo Córdova foram assassinados na passagem de segunda para terça-feira. O fuzileiro naval morreu durante o confronto com Beltrán Leyva, conhecido como "chefe dos chefes", e sete de seus pistoleiros no dia 16 em Cuernavaca, nas imediações da Cidade do México. O barão das drogas e seis de seus homens também morreram no confronto.
Normalmente, o nome de militares que participam de ações desse tipo não é divulgado. Mas Angulo Córdova foi tratado como "herói nacional" pelo governo, o que acabou expondo seus parentes.
Segundo o procurador, os quatro foram presos na noite de terça-feira em um hotel de Villahermosa, capital do Estado de Tabasco. Ele acrescentou que os detidos transportavam dinheiro para pagar os mercenários que massacraram a família de Angulo Córdova. González disse que policiais também poderiam estar envolvidos nos assassinatos, mas não deu mais detalhes.
Na passagem de segunda para terça-feira, homens armados invadiram a casa do fuzileiro naval e mataram seus parentes. Segundo a polícia, foram encontradas mais de 80 cápsulas de balas na casa.
Horas antes do ataque, a mãe de Angulo Córdova havia recebido uma bandeira do México e a promessa de uma pensão vitalícia em uma homenagem ao fuzileiro morto.
O presidente do México, Felipe Calderón, qualificou os assassinatos como "ato de covardia" e prometeu ampliar a guerra às drogas.