O presidente do México, Felipe Calderón, nomeou na quinta-feira o chefe da agência nacional de inteligência, Alejandro Poire, para assumir o cargo de secretário de governo (equivalente a ministro do Interior), no lugar de Francisco Blake, morto na sexta-feira da semana passada num acidente de helicóptero.
A nomeação reflete a intenção de ligar mais a pasta a ações de segurança, num momento em que o país vive uma violenta luta contra os cartéis de narcotraficantes.
Poire, de 40 anos, dirige o Centro de Pesquisas e Segurança Nacional (Cisen, na sigla em espanhol), e nunca ocupou cargo eletivo. Antes de assumir o Cisen, em setembro, ele passou mais de um ano defendendo ardorosamente a ação militar do governo contra o tráfico, na qualidade de porta-voz de segurança nacional.
A "guerra às drogas" iniciada por Calderón logo após sua posse, em 2006, já causou 45 mil mortes, provocando danos à popularidade do presidente e do seu Partido Ação Nacional. Analistas dizem que ele precisa apresentar progressos para que o PAN tenha chance de manter o poder na eleição presidencial de julho de 2012.
"A criminalidade é a maior ameaça à nossa sociedade e aos nossos cidadãos", disse Calderón em um pronunciamento pela TV, observando que escolheu Poire "por causa do seu profundo conhecimento e vasta experiência em questões de segurança".
Como ministro, Poire também terá um papel crucial em assegurar o bom andamento das eleições de 2012. Formado em ciências políticas, ele é um especialista no processo eleitoral mexicano.
As pesquisas mais recentes mostram que o Partido Revolucionário Institucional (PRI, centro), que governou o México durante 71 anos consecutivos, até 2000, tem o dobro das intenções de voto do que o PAN.
Poire será o quinto ministro do Interior de Calderón. Blake, morto com sete outros passageiros na queda do helicóptero, foi o segundo ocupante do cargo a morrer num incidente aéreo.
Durante anos, o ministro do Interior foi considerado o segundo cargo público mais importante do país, embora Blake, que estava na pasta desde julho de 2010, fosse mais discreto do que diversos antecessores.
Formado em Harvard e com atuação acadêmica, Poire já havia sido assessor de Calderón no começo do seu mandato.
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