Pressão
Lula pede renúncia do presidente interino
Folhapress, em São Paulo
Estocolmo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem, em entrevista a jornalistas durante a cúpula Brasil-União Europeia, que o presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, renuncie e permita o retorno do líder deposto, Manuel Zelaya. Lula classificou o gesto como uma solução "fácil" para a crise política instaurada pelo golpe que derrubou Zelaya, em 28 de junho.
"Para nós a solução em Honduras é fácil: se as partes envolvidas no golpe deixarem o poder e restituírem o presidente Zelaya, então, as eleições seriam realizadas em novembro e teríamos resolvido o problema", disse Lula, que já reiterou diversas vezes seu apoio a Zelaya e disse garantir sua estadia como "convidado" na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está desde que voltou clandestinamente ao país, em 21 de setembro.
Tegucigalpa - O governo golpista de Honduras apresentará hoje, no início das negociações com chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) para dar fim à crise política, uma proposta em que oferece ao presidente deposto Manuel Zelaya um retorno ao cargo no dia 2 de dezembro três dias após as eleições presidenciais para eleger o seu sucessor.
A proposta é aceita pelas alas mais radicais de apoio a Roberto Micheletti que antes não aceitavam a volta de Zelaya e recebeu o aval, segundo fontes do governo, da Igreja Católica, de empresários e políticos.
A oferta do governo golpista, que inclui um pacote de outras medidas como a definição de um gabinete predefinido para Zelaya, demonstra que o grupo de Micheletti reconhece a necessidade de uma saída negociada para a crise e aceita a volta do líder deposto ao poder.
Conselheiros políticos de Micheletti não acreditam que as negociações se encerrem nesta semana, na presença de chanceleres da OEA. Eles estimam em pelo menos mais duas semanas para a costura de um acordo e defendem a permanência de Zelaya na embaixada brasileira até dezembro.
A presença da OEA no país, entretanto, não é considerada vã. Ela serviria para definir quem serão os negociadores de cada lado e criar comissões que iriam detalhar as bases de um acordo amplo.
Zelaya pediu ontem que a missão de chanceleres de países-membros da OEA não caia nas "manobras" de Micheletti para postergar a crise política no país. Uma dessas "manobras", segundo Zelaya, foi a revogação, na segunda-feira, do decreto que suspendia as garantias constitucionais, após causar "o maior dano possível. "Nós advertimos aos chanceleres que estejam alertas para não cair nestas manobras, colocando em xeque a alta dignidade dos povos que representam", disse.
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