Cairo - A promessa feita ontem pelo ditador do Egito, Hosni Mubarak, de grandes reformas e um novo gabinete, teve efeito contrário do pretendido. Os egípcios tomaram mais uma vez as ruas, ontem, exigindo sua saída.
A polícia usou munição real e não apenas balas de borracha para impedir a invasão do Ministério do Interior, causando três mortes. O número total de vítimas subiu para pelo menos 38.
Há também risco de contaminação regional. Houve confrontos em Rafah, na fronteira com a Faixa de Gaza.
Potência militar e econômica regional, o país é influente junto a grupos palestinos ao mesmo tempo em que tem relações com Israel e é aliado dos EUA.
No começo da tarde, pelo menos 50 mil pessoas haviam novamente tomado a praça Tahir, no centro do Cairo. Houve também tumulto em Alexandria, Suez e outros centros urbanos.
O governo tem tentado bloquear as manifestações, que utilizam redes sociais. A internet continuava precária, mas os celulares, depois de ficarem toda a sexta-feira fora de serviço, voltaram a funcionar.
O início do toque de recolher foi antecipado das 18h para as 16h. Muitos ignoravam a ordem, no entanto.
Hoje, dia útil no país, a Bolsa de Valores estará fechada. Por conta das limitações, muitas pessoas estão com dificuldades de encontrar suprimentos e se apressam para criar estoque, inflacionando os preços.
"Estou rodando toda a cidade em busca de gasolina e não acho mais. Eles acham que vão nos impedir, mas não vão conseguir", declarou o empresário Haiderf, que não deu o sobrenome.
Além de privar os cidadãos de recurso, o governo tem omitido informações. A agência estatal divulga imagens de ruas vazias ou lugares supostamente queimados pelos manifestantes, além de contar prejuízos.
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