Policial é detido por manifestantes em Kiev| Foto: Reuters/Yannis Behrakis

Oposição ucraniana diz que são mais de 100 mortos desde terça-feira em Kiev

A oposição ucraniana estimou nesta quinta-feira (20) em mais de cem o número de mortos nos violentos confrontos registrados desde terça-feira (18) em Kiev e que voltaram a se intensificar no centro da capital.

"Perdemos mais de cem pessoas desde o início dos confrontos", assegurou Aleksandr Turchinov, um dos dirigentes do principal partido opositor, o Batkivschina (Pátria), em discurso na Suprema Rada (parlamento ucraniano).

O Ministério da Saúde, por outro lado, confirmou a morte de 67 pessoas - incluindo 13 policiais, segundo o ministério do Interior - e precisou que 11 deles morreram em hospitais.

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Putin envia mediador à Ucrânia a pedido de Yanukovich

Reuters

O presidente russo, Vladimir Putin, vai mandar um enviado à Ucrânia, a pedido do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, para tentar mediar as conversas entre o governo e a oposição, disse o porta-voz de Putin, segundo informações de agências de notícias divulgadas nesta quinta-feira.

"Putin decidiu enviar o ombudsman de direitos humanos (russo) Vladimir Lukin nesta missão", informou a agência RIA, citando o porta-voz Dmitry Peskov, cuja declaração foi feita após uma conversa telefônica entre Putin e Yanukovich.

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O Ministério do Interior da Ucrânia informou que 67 policiais foram capturados por manifestantes em Kiev nesta quinta-feira. Imagens transmitidas pela televisão ucraniana mostram manifestantes aparentemente levando os policiais para o acampamento de protesto no centro da capital.

Segundo um deputado da oposição, os policiais são mantidos no interior do prédio da prefeitura de Kiev, que foi ocupado pelos manifestantes.

O mesmo Ministério também pediu aos moradores de Kiev que permaneçam em locais fechados em razão do "estado de espírito agressivo das pessoas".

Mortos

Nesse ambiente, o número de vítimas fatais e de feridos varia muito de acordo com a fonte da informação. O médico Andriy Huk, que integra o serviço montado pelos manifestantes, disse à Associated Press que 32 pessoas morreram até essa quinta-feira em confrontos com as forças de segurança ucranianas. Mas segundo a rede de televisão CNN, o chefe desse mesmo serviço afirmou que 100 pessoas morreram e 500 ficaram feridas depois que a trégua acertada na quarta-feira foi rompida.

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Oficialmente, pelo menos 67 pessoas morreram em confrontos entre polícia e manifestantes na capital ucraniana nesta quinta-feira (20). A oposição diz que o número de mortos já passa de cem. As mortes aconteceram durante novos episódios de violência horas depois de o presidente do país, Viktor Yanukovych, e líderes da oposição, que exigem sua renúncia, terem convocado uma trégua e negociações para tentar resolver a crise política ucraniana.

Um repórter da Associated Press viu 21 corpos nesta quinta-feira colocados nas proximidades de um acampamento de protesto no centro de Kiev. Além dessas vítimas, um policial foi morto e 28 sofreram ferimentos por arma de fogo hoje, informou à AP o porta-voz do Ministério do Interior, Serhiy Burlakov.

Perda de apoio

Os confrontos já resultam em perda de apoio ao presidente Viktor Yanukovych. O prefeito de Kiev Volodymyr Makeyenko anunciou em comunicado sua saída do Partido das Regiões, do qual Yanukovych faz parte. Ele justificou a decisão afirmando que "devemos ser guiados apenas pelos interesses do povo. Esta é a nossa chance de salvar as vidas das pessoas."

Makeyenko informou também que vai continuar a cumprir seus deveres no cargo enquanto contar com a confiança do povo.

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Outro influente membro do partido governista, Serhiy Tyhipko, disse que tanto Yanukovych quanto os líderes opositores "perderam completamente o controle da situação". "Sua falta de ação está levando ao fortalecimento da oposição e a vítimas humanas", disse ele à agência de notícias Interfax.