JACKSON, EUA - O Mississippi é hoje um estado em situação de caos absoluto onde as autoridades já confirmaram a morte de 185 pessoas em conseqüência da passagem do furacão Katrina e advertem que o número deverá subir.

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O abatimento tomou conta da região no Sul dos EUA. Famílias se desesperam em busca de informações de seus parentes, telefones que não funcionam, mães que não sabem de seus filhos e que se derramam em lágrimas nos braços de repórteres de televisão que se aproximam para lhes perguntar algo.

Ainda que a região mais afetada do estado esteja no litoral, onde só a cidade de Biloxi registrou cem mortos, a devastação se estende pelo interior. O governador do Mississippi, Haley Barbour, evita divulgar um número de mortos até que esteja realmente seguro da cifra.

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A mesma política é seguida pelos estados do Alabama e da Louisiana. As notícias que chegam deste último não poderiam ser piores. Na quarta-feira, o prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin, afirmou que pode haver "centenas, milhares de mortos" na localidade histórica. O mesmo fez a senadora pela Louisiana, Mary Landrieu. O presidente americano, George W. Bush, referiu-se ao Katrina como "um dos piores desastres naturais sofridos pelos EUA".

Em Jackson, capital do Mississippi, a devastação não é tão física quanto moral. Respira-se uma mistura de impotência e ansiedade que deixa pouco espaço para a esperança. Os hotéis, caros e baratos, estão lotados em um raio de 200 quilômetros. Em muitos casos, não têm eletricidade e na maioria deles o sistema de reservas não funciona, por causa da queda do sistema telefônico e da falta de internet.

- Não sabemos nada de nossas coisas. Nunca imaginamos que isso seria tão grave. Não sabemos como voltar. Nem o que vamos encontrar - disse Tracy Wambel, que regressava de Las Vegas com o marido após uma viagem de negócios. Partiram no último fim de semana, sem ter a menor idéia de que o Katrina pudesse arrasar tudo o que tinham. De volta a Jackson, não sabem como voltar para casa.

O casal tinha uma loja de roupa em Laurel, a cerca de 200 quilômetros de Biloxi, cidade que foi varrida pelo furacão, mas não tem notícias do estado do estabelecimento. Não conseguem falar com os amigos em Laurel, pois não há comunicação telefônica com a cidade. Afirmam temer que o passado seja apenas uma parte de uma recordação sem futuro.

A mãe de Tracy está vindo do estado do Missouri com um galão de gasolina. Mas nem mesmo o casal sabe para quê. Uma dúvida que mostra o grau de impotência da população diante da catástrofe.

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