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Análise

Morte de Bin Laden não representa mudança no cenário internacional, diz analista curitibano

A morte de Osama bin Laden, líder do grupo extremista islâmico Al-Qaeda, não representa a mudança no cenário internacional que os Estados Unidos (EUA) querem fazer transparecer. Essa é opinião do coordenador do curso de relações internacionais do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), Juliano Cortinhas.

Para ele, o maior beneficiado com essa morte será o presidente dos EUA, Barack Obama. Ele deve ter crescimento considerável de sua popularidade e isso deve impactar o resultado da próxima eleição presidencial, na qual Obama será candidato a reeleição. "Obama enfrentava dificuldades internas e a captura e morte de Osama bin Laden devem ajudá-lo a reverter esse quadro", analisou Cortinhas.

Segundo o professor, os ataques terroristas da Al-Qaeda não vão cessar ou diminuir por causa da morte de Bin Laden, responsável por organizar os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2001.Ele já não era o "centro" da organização. Além disso, a Al-Qaeda é composta por várias células terroristas e cada uma delas teria autonomia para agir. Ou seja, a morte de um dos líderes não impacta a organização como um todo.

O professor do Unicuritiba também se mostrou preocupado com a reação dos cidadãos estadunidenses e afirmou que houve inversão de valores. "Causa preocupação quando milhares de pessoas saem às ruas para comemorar uma morte", afirmou. A morte do líder da Al-Qaeda fez aumentar as demonstrações de patriotismo e nacionalismo nos Estados Unidos. Cortinhas destacou que as "comemorações" nos EUA causaram impacto negativo no Oriente Médio e pode haver retaliações.

Além da repercussão nos EUA, o mercado financeiro e a política de outras nações também parecem ter sido impactados pela notícia. "A morte de Bin Laden fez com que as bolsas de valores subissem e o preço de petróleo caísse. O que me parece estranho porque, em tese, nada irá mudar", argumentou o coordenador do curso de relações internacionais do Unicuritiba.

Retaliações aos EUA

Na opinião de Cortinhas, a possibilidade dos EUA serem alvo de novos ataques terroristas é grande. Os possíveis atentados não devem ocorrer de forma imediata, pois o país poderia estar "preparado" para essa reação de organizações terroristas. "A resposta à morte poderá ser dada pela Al-Qaeda ou até por outras redes terroristas", afirmou.

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