Primeira-dama venezuelana, Cília Flores, ao lado do ditador Nicolás Maduro| Foto: JUAN BARRETO/AFP

Os Estados Unidos impuseram sanções ao círculo próximo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na terça-feira, acusando a primeira-dama, o ministro da Defesa, o vice-presidente e outros aliados de ajudar o líder socialista a "saquear" a riqueza da nação. As medidas são as mais recentes restrições impostas pelo governo Trump.

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A ditadura de Maduro reprime violentamente a oposição, a economia entrou em colapso e a corrupção domina a indústria petrolífera estatal.

Os alvos são a primeira-dama, Cília Flores; a vice-presidente, Delcy Rodriguez; o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez; e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino Lopez. Maduro já foi alvo de sanções por parte do governo americano em junho de 2017.

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Editorial: A ditadura venezuelana e seus cúmplices brasileiros

O Departamento do Tesouro anunciou as novas medidas em comunicado, afirmando que parte das ações inclui a apreensão de um jato particular, avaliado em US$ 20 milhões, cujo dono é acusado de ligação com o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Diosdado Cabello - o número dois do chavismo. 

Segundo o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, Maduro confia em seu círculo íntimo para se manter seu poder, enquanto o regime sistematicamente rouba o que resta da riqueza da Venezuela. "Prosseguiremos com as sanções a figuras que permitem a Maduro solidificar seu poder sobre os militares e o governo enquanto o povo venezuelano sofre". 

Trump explicou as sanções na Assembleia Geral das Nações Unidas:

Todas as nações do mundo devem resistir ao socialismo e à miséria que isso traz a todos, Neste espírito, pedimos às nações reunidas aqui para se juntarem a nós em pedir a restauração da democracia na Venezuela.

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Pressão americana

Com os oponentes políticos de Maduro sendo presos e a hiperinflação avançando a um ritmo impressionante – 1.000.000%, de acordo com o Fundo Monetário Internacional -, o governo Trump vem pressionando para que o ditador saia do poder. 

No ano passado, funcionários do governo americano se reuniram secretamente com militares venezuelanos interessados em um golpe. Mas os EUA decidiram não apoiar os conspiradores. A animosidade ajudou Maduro a formar uma narrativa de que os estrangeiros estão travando uma "guerra econômica" contra seu governo. 

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As últimas sanções provavelmente não serão as últimas. "Os Estados Unidos continuarão a usar todos os instrumentos diplomáticos e econômicos disponíveis para apoiar os esforços do povo venezuelano na restauração da democracia", disse um comunicado do Departamento do Tesouro, acrescentando que consideraria suspender as sanções àqueles que tomarem medidas "para restaurar a ordem democrática, recusar a participar de violações dos direitos humanos, denunciar os abusos cometidos pelo governo e combater a corrupção na Venezuela.” 

O ditador venezuelano disse à emissora oficial de televisão VTV que: 

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As sanções, além de ilegais e inúteis são uma medalha, uma condecoração que mostra que somos valentes, corajosos e que estamos no caminho corajoso.

 

Os alvos das sanções

Cília Flores 
  • Esposa de Nicolás Maduro 

Cilia Flores, ex-chefe da Assembleia Nacional e ex-advogada de Hugo Chávez, que morreu em 2013. Ela está profundamente ligada à administração de Maduro. Dois de seus sobrinhos foram condenados em um tribunal americano por tráfico de drogas. 

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Delcy Rodríguez 
  • Vice-presidente de Maduro 

É uma das conselheiras mais confiáveis de Maduro. Já foi presidente da Assembleia Constituinte, órgão criado no ano passado. Quando foi ministra das Relações Exteriores, defendeu ferozmente o governo em vários organismos internacionais e refutou sanções contra Maduro na Organização dos Estados Americanos (OEA). 

Jorge Rodríguez 
  • Ministro das Comunicações 
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Psiquiatra, Rodriguez é responsável pelo aparelho de mídia estatal do país. Era também uma figura próxima a Chávez. Foi vice-presidente em 2007. 

Vladimir Padrino López 
  • Ministro da Defesa 

Assumiu o cargo em 2014 e ajudou a organizar a repressão aos protestos de rua no ano passado, nos quais mais de 100 pessoas foram mortas.

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