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Eleições nos EUA

"Não precisamos mais agüentar Bush", diz vice de Obama

O candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, conversa com seu vice, Joe Biden, em agosto de 2007, um ano antes de a chapa ser formada | Reuters
O candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, conversa com seu vice, Joe Biden, em agosto de 2007, um ano antes de a chapa ser formada (Foto: Reuters)

Em seu primeiro discurso como candidato à vice-presidência, Joe Biden, 65, anunciou neste sábado (23) o que ele classificou como boas notícias: "não precisamos agüentar George W. Bush por mais quatro anos", associando a imagem do atual presidente dos EUA à do candidato republicano John McCain.

Biden fez a afirmação em Springfield, Illinois, horas depois de o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, confirmar o senador como seu vice. Essa foi a primeira aparição conjunta deles após o anúncio.

Ao criticar o atual governo, Biden disse que nunca viu Washington "tão quebrada" e que falta liderança. "Precisamos de um líder sábio, que possa realizar as mudanças necessárias. Obama fará o que precisamos", afirmou o senador.

O candidato à presidência, que discursou antes, optou por essa mesma linha, classificando seu vice como um líder que está pronto para ser presidente. "Durante meses, procurei um líder para terminar essa jornada ao meu lado e se juntar a mim para fazer Washington trabalhar para os americanos. Procurei um líder que entendesse os custos altos confrontando a classe trabalhadora e que colocasse sempre seus sonhos [da classe trabalhadora] em primeiro lugar. Hoje, volto a Springfield para dizer que encontrei esse líder."

Obama classificou Joe Biden como um aliado raro. "É especialista em política externa com o coração e os valores profundamente ancorados na classe média. É um parceiro perfeito para trabalhar e recolocar o país nos trilhos", acrescentou.

Os discursos foram feitos ante uma multidão de 35 mil pessoas que apresentava cartazes com os dizeres "Obama/Biden" no Old State Capitol de Springfield. Foi neste mesmo prédio histórico, sede do antigo Congresso de Illinois onde lesgislou Abraham Lincoln, que Obama anunciou em outubro de 2007 sua participação na corrida pela Casa Branca.

Mudanças

Biden afirmou que o momento político atual é decisivo. "Nunca, em 35 anos de trabalho legislativo, vi Washington tão falido, nem tantas decisões importantes diferidas por políticos que evitam suas responsabilidades", acrescentou. "Chegou o momento de encarar a realidade", acrescentou, e a multidão respondeu cantando "Obama, Obama", seguido do lema da campanha do senador por Illinois: "sim, é possível [mudar]".

Ele assegurou que os EUA estão no momento mais significativo da história desde a presidência de Franklin Delano Roosevelt. "Esses não são tempos comuns: podemos mudar não só o rumo dos Estados Unidos, mas o rumo de todo o mundo.

Biden fez uma crítica dura à administração Bush que, segundo ele, "deu às empresas um corte de impostos após outro, enquanto milhões de famílias sofrem a perda de valor de seus salários, enquanto milhões de famílias vêem que o valor de suas casas cair junto com seus sonhos".

"Enquanto milhões de famílias não sabem como colocarão comida na mesa esta noite, McCain não saberia em qual das sete cozinhas teria que colocá-la", disse Biden, em referência ao incidente sofrido pelo candidato republicano, quando, perguntado por um jornalista, não soube responder quantas casas possuía.

Carreira

O anúncio de Biden como vice foi feito no site oficial de Obama e por meio de mensagens de texto SMS e e-mails. Horas antes, a rede de TV CNN já havia antecipado a escolha do democrata. "Barack escolheu o senador Joe Biden como seu vice-presidente", diz a mensagem enviada a simpatizantes.

Biden, que se destaca pela experiência em política externa, encabeça a comissão de Relações Exteriores do Senado. Senador pelo estado de Delaware, pelo Partido Democrata, Joseph Robinette Biden Jr. está no sexto mandato, tendo sido um dos pré-candidatos à presidência neste ano. Ele deixou a corrida após as prévias de Iowa.

Nascido em 20 de novembro de 1942, em Scranton, Pensilvânia, Biden teve praticamente toda a vida política ligada ao Senado. De família católica irlandesa, ele se formou em História e Ciências Políticas pela Universidade de Delaware, em 1965, e em Direito na Universidade de Syracuse, em 1968. Fora da política, atuou como advogado e defensor público na cidade de Wilmington, Delaware.

Em 1970, Biden foi eleito ao conselho do Condado de New Castle (equivalente ao cargo de vereador). Em 1972, aos 29 anos, venceu a primeira eleição para o Senado, sendo o quinto senador mais jovem da história americana.

Em 18 de dezembro de 1972, a mulher e os três filhos de Biden sofreram um grave acidente de carro. A mulher, Nellia, e uma das filhas, Naomi, morreram. Diante da tragédia, Biden chegou a pensar em renunciar, mas atendeu apelos da liderança do partido democrata.

Na década de 1990 dedicou-se à resolução dos conflitos nos Balcãs. Após os ataques de 11 de setembro de 2001, foi favorável às invasões do Afeganistão e do Iraque pelo governo de George W. Bush.

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