Ditador joga xadrez -Muamar Kadafi apareceu disputando uma partida de xadrez com um visitante russo, chefe da Federação Mundial do jogo. A entidade é comandada pelo excêntrico Kirsan Ilyumzhinov, ex-líder da república de Kalmykia, de maioria budista. Foi a televisão estatal líbia que mostrou o evento, com o ditador vestindo uma bata negra e usando óculos escuros| Foto: Reuters

Trípoli - A Líbia ignora ainda qualquer tipo de discussão sobre uma eventual saída do coronel Mua­­mar Kadafi quatro meses depois do começo da rebelião popular no país, onde os combates se­­guem em várias frentes. "Não sou nem primeiro-ministro, nem presidente, nem rei. Não ocupo nenhum cargo na Líbia. É por isso que não tenho que renunciar a nenhuma função", declarou Kadafi no domingo.

CARREGANDO :)

O ditador resiste apesar dos bombardeios constantes da Or­­ga­­nização do Tratado do Atlân­­tico Norte (Otan) e da multiplicação de pedidos internacionais para que deixe o poder.

O conflito líbio já causou, desde 15 de fevereiro, entre 10 mil e 15 mil mortos, segundo a ONU, e provocou a fuga de 952 mil pessoas, de acordo com a Organi­­za­­ção Internacional para as Imi­­gra­­ções. No campo de batalha, os combates se intensificaram.

Publicidade

No leste, os rebeldes tentaram tomar as instalações petroleiras de Brega, 240 quilômetros ao oeste de Benghazi, e nas montanhas do sudoeste se esforçam por vencer os bolsões de resistência das forças favoráveis a Kadafi.

Um comandante da rebelião, Musa el Mograbi, indicou ontem à impresa que quatro insurgentes foram mortos nos combates travados 40 quilômetros a leste da estratégica cidade de Brega no domingo.

Na região de Misrata, uma cidade portuária rebelde situada a leste de Trípoli, as forças governamentais voltaram a bombardear no sábado a zona de Daf­­niyeh. Segundo um porta-voz da rebelião de Misrata, em Zliten (oeste de Misrata), as forças governamentais cercaram o bairro de Azdu e ameaçaram através de alto-falantes estuprar as mulheres e matar os homens se os rebeldes não entregassem as armas.

No campo político, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, chegou nesta segunda-feira a Benghazi, re­­duto dos rebeldes líbios. Em se­­guida, dirigiu-se para a sede do Conselho Nacional de Transição (CNT, a instância política dirigente da rebelião), onde se reuniu com Mustafah Abdeljalil, seu presidente.

No encontro, o chanceler afirmou que a Alemanha reconhece o CNT como o "único representante legítimo" da rebelião líbia.

Publicidade