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O embaixador do Haiti em Brasília, Idalbert Pierre-Jean, disse nesta quarta-feira que o país precisa de "ajuda total" para retirar corpos dos escombros e cuidar das vítimas do forte terremoto de terça-feira que pode ter deixado milhares de mortos.

"Estamos aqui para dizer que as necessidades são infinitas", disse Pierre-Jean a jornalistas. "Precisamos de pessoal e equipamentos pesados para tirar corpos dos escombros. Alimentos, remédios, vacinas...", acrescentou.

O terremoto de magnitude 7 causou enorme destruição no país, derrubando parte do palácio presidencial e devastando favelas da capital Porto Príncipe, possivelmente causando milhares de mortes.

Um prédio de cinco andares usado pela Organização das Nações Unidas (ONU) também desabou por causa do terremoto, o mais forte a atingir o Haiti em mais de 200 anos, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Ao menos 11 militares brasileiros em missão no país estão entre os mortos, assim como a médica fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, que estava em visita ao país.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, embarcou nesta quarta-feira na Base Aérea de Brasília para verificar a situação do Haiti e ver de que forma o Brasil pode intensificar a ajuda às vítimas atingidas pelo terremoto.

Oito aeronaves da Força Aérea Brasileira serão disponibilizadas para ajudar as vítimas, com prioridade para o envio de água e alimentos. Segundo a FAB, os aviões estão de prontidão no Rio de Janeiro e em Manaus.

"Vamos verificar as condições locais e ver de que forma a Companhia de Engenharia de Força de Paz do Haiti pode ajudar no trabalho de desobstrução das vias", disse Jobim, segundo comunicado do Ministério da Defesa

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro vai destinar de 10 a 15 milhões de dólares e 14 toneladas de alimentos para o Haiti.

O epicentro do tremor foi a 16 km de Porto Príncipe, que tem uma população de cerca de 1 milhão de pessoas, e tremores secundários, de magnitude de até 5,9, atingiram a cidade ao longo da noite e já nesta quarta-feira.

As informações sobre vítimas e danos chegam lentamente do Haiti por causa de problemas de comunicação no país. Como país mais pobre do Hemisfério Ocidental, o Haiti não tem equipamentos suficientes para lidar com esse tipo de desastre.

Apesar de o colapso do palácio presidencial, o embaixador disse que o presidente René Préval e sua esposa estão bem.

"Posso garantir que o presidente e sua esposa estão bem e estão vivos", afirmou.

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