Após se reunir separadamente com o presidente designado de Honduras, Roberto Micheletti, e com o líder deposto Manuel Zelaya, o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, reconheceu ontem à noite que o "processo de negociação deverá tomar mais tempo do que havia sido planejado". O costarriquenho disse que a restituição de Zelaya "é inevitável", mas adiantou que "os pontos mais difíceis devem ser deixados para o final".
O primeiro a chegar na quinta-feira (9) à casa de Arias foi Zelaya. O líder hondurenho permaneceu algumas horas na residência antes de emitir um comunicado à imprensa, afirmando que "o Estado de direito deve ser restituído em Honduras".
Agradecendo ao costarriquenho pela mediação, Micheletti afirmou que "ninguém está acima da lei" e a negociação deve ter como base a Constituição hondurenha. Micheletti retornou ontem mesmo para Tegucigalpa e disse que voltava para casa "totalmente satisfeito" com o resultado da viagem. Ao desembarcar em Tegucigalpa, Micheletti ironizou a possibilidade de restituição do presidente deposto: "(Partidários de Zelaya) defendem a volta do presidente para cá (Honduras). Estamos de acordo com o retorno, mas desde que ele (Zelaya) vá diretamente aos tribunais".
O diálogo deveria prosseguir nesta sexta-feira (10) na casa de Arias, mas a volta de Micheletti deve alterar os planos. A comunidade internacional pressiona Micheletti a devolver o poder a Zelaya, deposto no dia 28. Militares, o Judiciário e o Legislativo de Honduras consideram que o presidente foi destituído legalmente - e não por um golpe -, uma vez que violou a Constituição ao tentar modificá-la para que pudesse ser eleito novamente.
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