O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país agiu de acordo com a lei internacional quando atacou navios com ajuda humanitária que se dirigiam à Faixa de Gaza, episódio que deixou mortos nove ativistas turcos, um dos quais também tinha cidadania norte-americana. A declaração foi feita nesta segunda-feira (9) perante uma comissão de inquérito israelense que investiga o caso.

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Netanyahu também acusou a Turquia de querer lucrar com o confronto entre ativistas turcos que estavam a bordo da embarcação que liderava a flotilha e os soldados, que interceptaram os navios em águas internacionais. "Eu estou convencido que no final de nossa investigação vai ficar claro que o Estado de Israel e as Forças de Defesa de Israel agiram de acordo com a lei internacional", afirmou o primeiro-ministro aos integrantes da comissão, presidida pelo juiz israelense Yaakov Tirkel.

Sentado em frente aos cinco integrantes do painel e a dois observadores internacionais, Netanyahu iniciou seu testemunho com uma explicação das políticas israelenses em relação ao Hamas e sobre as razões por trás do bloqueio naval. Ele afirmou que a medida é crucial para a segurança do país e impede que embarcações levem armamentos para o Hamas, o movimento islamita que governa Gaza e prometeu destruir Israel.

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O primeiro-ministro disse que o país empregou todos os esforços diplomáticos para fazer com que os navios mudassem de curso de atracassem em outro local. Mas a Turquia não fez qualquer esforço para evitar que a flotilha, composta por seis embarcações, seguisse seu curso. Segundo Netanyahu, ela foi organizada pela "organização radical turca IHH, que apoia o Hamas".

"O governo da Turquia não considerou que o confronto entre ativistas turcos e Israel seria contra seus interesses." Apesar disso, Netanyahu afirmou que ordenou que suas tropas fizessem "um esforço supremo para evitar ferir qualquer pessoa".

Crise humanitária

Ele também reiterou a antiga afirmação de Israel de que não há uma crise humanitária na Faixa de Gaza, apenas a percepção de uma crise. "Não há fome em Gaza", disse ele, reclamando de grupos que "enfraquecem o bloqueio por meio de falsas afirmações de um crise humanitária".

Os soldados "enfrentaram um perigo real às suas vidas por causa dos ataques feitos com cacetetes, bastões de metal e facas", disse Netanyahu acrescentando que o Mavi Marmara (a embarcação que liderava a flotilha e onde o ataque israelense aconteceu) "não era um barco do amor" e que os membros da IHH "não eram exatamente inocentes ativistas pela paz". Já os ativistas afirmam que os soldados abriram fogo assim que chegaram ao navio.

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Após um recesso no final da manhã, os testemunhos foram realizados a portas fechadas. A única função do comitê é examinar a legalidade internacional do bloqueio naval e das ações tomadas para mantê-lo. Os integrantes do painel não estão autorizados a investigar o processo de tomada de decisão que levou à operação nem têm autoridade para interrogar os soldados envolvidos na ação.

O ministro da Defesa, Ehud Barak, será ouvido amanhã. No dia seguinte, será a vez do Chefe das Forças Armadas, Gabi Ashkenazi. Os dois devem ser questionados sobre os aspectos operacionais da abordagem dos navios.