O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, cancelou uma viagem que faria na próxima semana aos Estados Unidos após desistir de um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A desistência da visita é um novo capítulo da relação conturbada entre os dois chefes de governo. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (7) pela imprensa israelense e confirmada horas depois pela Casa Branca.
Em nota, o gabinete de Obama disse que Israel havia solicitado a reunião com Netanyahu com o presidente americano no dia 18 ou 19 de março. A Casa Branca ofereceu o dia 18, mas não teve resposta oficial dos israelenses.
Nesta segunda, a imprensa israelense disse, com base em informações entregues por membros do governo local, que a visita de Netanyahu foi cancelada. As autoridades americanas afirmam ter recebido a informação pelos jornais.
“Estávamos ansiosos em sediar a reunião bilateral, e ficamos surpresos ao saber primeiro através de relatos da mídia que o primeiro-ministro optou por cancelar a visita”, disse Ned Price, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.
Price negou que a Casa Branca não tenha sido capaz de acomodar a visita, como alguns dos jornais israelenses haviam afirmado. O governo de Binyamin Netanyahu não confirmou o cancelamento de forma oficial.
Interferência
Segundo o canal 10 de Israel informou nesta sexta, a desistência foi motivada pela intenção do primeiro-ministro de não querer parecer que está interferindo na eleição presidencial americana.
Netanyahu é um dos principais detratores do acordo nuclear com Irã, que é defendido por Obama e os democratas Hillary Clinton e Bernie Sanders. A derrubada do pacto é promessa de todos os candidatos republicanos.
Além do encontro com Obama, o chefe de governo discursaria na conferência anual do Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense (Aipac), principal organização de lobby israelense em território americano.
O evento terá a participação de diversos presidenciáveis, em sua maioria republicanos, que também pediram reuniões com Netanyahu. Agora, ele deverá fazer seu discurso por videoconferência, como em anos anteriores.
Em março de 2015, quando o acordo ainda era discutido, ele fez um discurso contra o acordo no Congresso americano, que é dominado pela oposição. Na época, a Casa Branca negou a Israel uma reunião entre os dois.
O encontro só veio a acontecer em novembro, quatro meses depois do acordo final entre as potências e o Irã. Apesar da distensão durante a reunião, as diferenças entre Obama e Netanyahu não terminaram.
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