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 | Jean-Pierre Roy/Gallery Poulsen
| Foto: Jean-Pierre Roy/Gallery Poulsen

Quem participa do mercado de arte e não vinha dando a devida atenção à rede social Instagram precisou rever suas posições em abril, quando o ator Pierce Brosnan visitou o espaço expositivo da casa de leilões Phillips em Londres.

Brosnan fez uma selfie diante da “Lockheed Lounge”, espreguiçadeira futurística criada pelo designer industrial Marc Newson. Acrescentou uma legenda (“Que comecem os lances”) e postou a imagem para seus 164 mil seguidores no Instagram. Então, a Phillips bateu o recorde mundial para um objeto de design, vendendo a peça por £ 2,4 milhões (cerca de R$ 13,6 milhões).

“É difícil fazer uma correlação direta entre a postagem de Pierce sobre nós no Instagram e o recorde mundial, mas certamente tornou a espreguiçadeira mais desejável”, disse Megan Newcome, diretora de estratégia digital da Phillips, em Nova York.

Nos últimos anos, o Instagram se tornou a mídia social preferida de muitos artistas contemporâneos, galerias, casas de leilão e colecionadores de arte, que o usam para promover as obras à venda e para apresentar os bastidores dos ateliês, casas de leilão e feiras de arte. No entanto, ainda não está claro até que ponto isso se traduz em vendas.

Christie’s e Sotheby’s, as duas maiores casas de leilão do mundo, usam seus feeds oficiais do Instagram (com 96.700 e 120 mil seguidores, respectivamente) para postar imagens de alguns itens incluídos em seus próximos leilões.

Outros adeptos do Instagram que usam a rede para manter os fãs atualizados sobre seu trabalho incluem o artista chinês Ai Weiwei (com 127 mil seguidores), o artista plástico e designer de brinquedos americano Gary Baseman (84.700) e o fotógrafo francês JR (627 mil).

“Quando você vê no Instagram alguma coisa que está pendurada numa galeria por aí e que você quer comprar, você pode acessar instantaneamente a galeria”, disse o leiloeiro Simon de Pury, cujo feed @simondepury tem 131 mil seguidores. “Tenho certeza de que várias transações estão ocorrendo por causa da exibição das obras no Instagram.”

O mundo da arte, no entanto, está fascinado em tentar descobrir até que ponto isso é comum. Neste ano, sites especializados, como o artnet.com e o hyperallergic.com, ficaram alvoroçados com a notícia de que o ator Leonardo DiCaprio, ávido colecionador de arte, havia adquirido por US$ 15 mil, num lance dado por telefone, uma tela chamada “Nachlass”, do artista emergente Jean-Pierre Roy, depois de supostamente ver a obra no Instagram.

O marchand de Roy, Morten Poulsen, de Copenhague, confirmou que o artista havia postado uma imagem da tela no Instagram. No entanto, Lisa Schiff, consultora de arte de DiCaprio em Nova York, nega que ele tenha se decidido pela compra por causa da imagem na rede. Ela confirmou, porém, que DiCaprio comprou de fato uma tela de Roy por meio do escritório dela.

Newcome disse que, por enquanto, o Instagram parece ser usado basicamente como uma ferramenta promocional, mas acrescentou: “Você pode literalmente postar algo no Instagram e poucos minutos depois ter alguém pedindo para comprar. São lendas que já estão se desenvolvendo em torno do Instagram.”

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