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Cobertura do Z Hotel. | Nicole Bengiveno//The New York Times
Cobertura do Z Hotel.| Foto: Nicole Bengiveno//The New York Times

O painel de turismo reuniu a nata dos empreendedores locais: um restaurateur, um diretor de museu, o executivo de um hotel e o fundador de uma feirinha de fim de semana. A estrela do evento, porém, foi o único integrante que não tinha nenhum comércio no bairro: o executivo de publicidade da Lonely Planet, perante os quais os outros só faltaram se curvar.

“Ele deveria ter sido carregado para dentro da sala”, disse Joshua Schneps, fundador da feira LIC Flea & Food, ao público.

Isso porque a editora de guias de viagens colocou o Queens como destino de viagem número um nos EUA para 2015.

“É um lugar que o pessoal tem satisfação em explorar”, afirma Rob MacKay, da Corporação de Desenvolvimento Econômico do Queens.

Os dados disponíveis sugerem que ele tem razão: de acordo com a NYC & Company, agência de marketing turístico da cidade, o número de visitantes no distrito aumentou cerca de 12% entre 2012 e 2013.

Os entusiastas promovem a série de instituições culturais locais, como o enclave artístico de Long Island City, o Queens Museum, o Zoológico e o Hall da Ciência de Nova York. Para os fãs do esporte, há jogos de beisebol do New York Mets no Citi Field e o Aberto dos EUA, organizado pelo Billie Jean King National Tennis Center. Muitas das atrações do Queens registraram crescimento no número de visitantes nos últimos meses, como o Museu Casa de Louis Armstrong, em Corona, e o P.S. 1, satélite do Museu de Arte Moderna em Long Island City.

Mesmo assim, até aqueles cuja missão é vender o Queens para o mundo parecem céticos em relação ao entusiasmo dos outros. MacKay menciona uma conversa que teve com uma jornalista francesa que queria muito ver as atrações locais.

Arquitetura simples do distrito.Nicole Bengiveno//The New York Times

“Ela disse: ‘Não vejo a hora de ver Long Island City. Todo mundo em Paris está falando sobre esse lugar.’ E eu só consegui balbuciar: ‘Sério?’.

A desconfiança e a surpresa até dos mais entusiasmados é compreensível: até pouco tempo atrás, os turistas só chegavam ao Queens se por acaso tomassem o metrô errado em Manhattan.

Os promotores da área são realistas e sabem que nunca vão poder brigar pelo quase monopólio de Manhattan no setor do turismo nova-iorquino — no máximo, a esperança é de abocanhar uma parte dele.

O consenso geral é que um dos maiores atrativos do Queens é a diversidade étnica: com quase metade da população composta de estrangeiros, é uma verdadeira salada poliglota.

O Museu Noguchi .Nicole Bengiveno//The New York Times

Só que os obstáculos também são aparentes, incluindo o transporte público insuficiente e os trechos imensos de arquitetura simples e sem graça. Os defensores mais ardorosos alegam que essas características podem até se tornar vantagens para os viajantes em busca de aventura e autenticidade, incluindo os gourmets à procura de experiências culinárias alternativas.

“Queens, o maior distrito de Nova York, também está rapidamente se tornando o mais badalado. A grande maioria dos viajantes não sabe disso... ainda. Com várias cervejarias pipocando, bem como hotéis boutique, a orla reinventada de Rockaway, um cenário artístico de classe internacional e uma gastronomia de primeira, 2015 é, sem dúvida, o ano de apostar no Queens”, escreveu a empresa de guias de viagem.

Há um número grande de projetos para novos hotéis em Long Island City — cujos donos já alardeiam os preços baixos das diárias em relação à mesma categoria em Manhattan, que está a uma curta distância de metrô ou táxi.

“Acho que, em geral, o pessoal aqui está feliz em poder pegar carona na rabeira da fama de Manhattan, que tem cacife suficiente para permitir isso”, diz MacKad.

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