Paranaense relata situação em Oslo
Escoteiros paranaenses estavam em um shopping de Oslo, a 500 metros do local da explosão, quando ouviram um estrondo parecido com um trovão. "O chão tremeu e as vitrines das lojas balançaram", conta Luiz Fernando Vendramini, um dos coordenadores do grupo de 39 adolescentes (entre 14 e 18 anos) e 10 adultos que viaja pela Europa.
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A Noruega está em luto neste domingo pelas 93 pessoas mortas em ataques feitos por um norueguês que classificou a sua ação como "atroz, mas necessária" para acabar com a política liberal de imigração e o crescimento do islamismo.
No seu primeiro comentário desde a prisão, Anders Behring Breivik, 32 anos, disse pelo seu advogado que queria se explicar em uma audiência na segunda-feira que discutirá sobre a extensão do tempo dele em custódia.
"Ele disse que acredita que a ação foi atroz, mas na sua cabeça ela foi necessária," disse o advogado Geir Lippestad para o jornal da TV2, acrescentando que Breivik confessou ter sido o responsável pelas execuções no acampamento da juventude do partido trabalhista e pelo ataque à bomba contra prédios do governo em Oslo que aconteceu um pouco antes no mesmo dia.
O chefe da polícia de Oslo Sveinung Sponheim confirmou aos repórteres que Breivik poderia falar no tribunal. Mas não está claro se a audiência será aberta ou fechada ao público. "Ele admitiu os fatos do ataque à bomba e do tiroteio, mas ele não admite ter culpa criminal," disse Sponheim, acrescentando que Breivik disse ter agido sozinho.
A Polícia está confirmando a veracidade desta declaração já que algumas testemunhas na ilha falaram sobre mais de um atirador, afirmou Sponheim.
Policiais armados prenderam várias pessoas em uma ação feita em uma casa anexa a um armazém no norte de Oslo, disse um advogado da polícia para a Reuters. Elas foram libertadas ao longo do dia e não tinham relação com os ataques da sexta-feira. Nenhum explosivo foi encontrado.
TRAGÉDIA NACIONAL
A violência dos ataques, os piores a atingir a Noruega desde a II Guerra Mundial, chocou profundamente a nação tradicionalmente pacífica de 4.8 milhões de pessoas.
O rei Harald e o primeiro-ministro Jens Stoltenberg estavam entre os participantes de uma cerimônia na catedral de Oslo. O premiê falou emocionado sobre as vítimas, algumas das quais ele conhecia. "Isso é uma tragédia nacional," declarou.
Pessoas chorando colocavam flores e velas do lado de fora da catedral. "Deixamos flores hoje porque a tragédia que atingiu a Noruega e o mundo inteiro nos assustou muito e queremos mostrar o nosso mais profundo pesar," disse Trude-Mette, 43, que trabalha em Oslo, enquanto ela e os seus filhos choravam.
Soldados armados e usando coletes à prova de balas bloqueavam as ruas que levavam ao bairro governamental.
A polícia disse que Breivik se rendeu a policiais armados quando eles chegaram até a pequena ilha de Utoeya em um lago que fica a 42 km no noroeste de Oslo. Antes disso, ele metodicamente atirou e matou pelo menos 85 pessoas, a maioria adolescentes e jovens em um acampamento da ala jovem do partido trabalhista norueguês, atualmente no poder.
A ilha tinha 650 pessoas quando Breivik, usando um uniforme de polícia, abriu fogo. A polícia disse que levou uma hora para chegar ao local depois que fora avisado do ataque, o mais violento feito por um único atirador em tempos modernos.
Um ferido no tiroteio morreu no hospital, aumentando o número de vítimas para 93, disse a televisão norueguesa NRK.
De acordo com a polícia, há alguns desaparecidos e noventa e sete pessoas foram feridas.
MANIFESTO CONTRA MUÇULMANOS
O chefe de polícia Sponheim confirmou que Breivik publicou um manifesto de 1.500 páginas contra o Islã na sexta-feira, poucas horas antes dos ataques.
O manifesto online, escrito em inglês, descreve como ele planejou o ataque e fez os explosivos, além de revelar a sua violenta filosofia.
As mortes trariam atenção para o manifesto "2083-Uma declaração européia de Independência", escreveu Breivik.