Morador atravessa rua de Nova Orleans com seu carrinho-de-mão: metade da cidade está sem luz e com rede de esgoto danificada| Foto: Lee Celano / Reuters

Moradores de Nova Orleans poderão voltar para casa na quinta

Moradores que deixaram Nova Orleans, após o esvaziamento obrigatório da cidade por conta da passagem do furacão Gustav, poderão voltar para casa nesta quinta-feira (4), disse o prefeito Ray Nagin nesta terça.

Nagin disse que levará algum tempo até que os hospitais, o abastecimento de água e os serviços de esgoto e eletricidade voltem a funcionar plenamente. Ele pediu que os moradores sejam cautelosos ao voltar.

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Com rastelos e vassouras em punho, garis percorriam Nova Orleans nesta terça-feira (2) para limpar as marcas deixadas na véspera pela passagem do furacão Gustav, enquanto as autoridades continuam de olho nas barragens e pediram a centenas de milhares de refugiados que permaneçam à distância.

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Metade da cidade está sem luz, e a rede de esgotos foi danificada, mas as inundações já diminuíram, aliviando a pressão sobre as barragens de concreto e barro que se romperam na época do furacão Katrina (2005), inundando 80 por cento da cidade.

O presidente George W. Bush disse na terça-feira que as avaliações iniciais trazem "sinais encorajadores" de que a tempestade não causou danos significativos para as operações de energia no golfo do México. A Casa Branca disse que Bush viajará na quarta-feira à Louisiana para avaliar os danos na região.

A Guarda Costeira informou que sobrevôos nas plataformas de gás e petróleo não indicam danos graves nem vazamentos de óleo.

As boas notícias levaram o preço do petróleo a menos de 106 dólares por barril, seu menor nível em cinco meses, uma queda de 9 dólares em relação à véspera. No fechamento do pregão na bolsa de Nova York, a commoditie era negociada a 109,71 dólares.

O Gustav perdeu força pouco antes de chegar à costa sul dos EUA, na segunda-feira, mas mesmo assim tinha ventos de 177 quilômetros por hora. As barragens de Nova Orleans entortaram, mas não caíram. A água que transbordou ou escapou por fissuras causou alguns centímetros de alagamento nas ruas próximas.

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Cerca de 1,9 milhão de pessoas deixaram Nova Orleans antevendo uma repetição do Katrina, já que o Gustav se aproximava com ventos de até 240 quilômetros por hora. Apesar do conselho das autoridades para que a volta seja adiada, o Bairro Francês, coração de Nova Orleans, começou a voltar à vida na terça-feira.

"É bom estar de volta", disse Gerald Covey, dono de um bar, servindo café a uma clientela em que predominavam trabalhadores da limpeza urbana. "Agora só precisamos de mais clientes."

Estima-se que 1,4 milhão de casas ainda estejam sem energia, e o prefeito Ray Nagin disse que os hospitais estão capacitados apenas a prestar serviços emergenciais.

Embora tenha passado bem a oeste de Nova Orleans, atingindo a cidade apenas de raspão, o Gustav foi um bom teste para as obras de reconstrução das barragens depois do Katrina, que matou 1.500 pessoas no litoral dos EUA e causou prejuízos de 800 bilhões de dólares. O governador Bobby Jindal disse não haver "danos estruturais" às barragens.

Os cerca de 10 mil moradores que haviam desafiado a orientação de partir saíram aliviados de suas casas, confirmando que só havia algumas árvores, postes de luz e sinais de trânsito derrubados.

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Os imigrantes hispânicos, que foram essenciais na limpeza da cidade após o Katrina, também já estão trabalhando. "Não sei se eles são legais ou ilegais, mas são os anjos, ponto", disse o aposentado Raymond Bankston, vendo um grupo de garis centro-americanos.

As autoridades disseram que seis pessoas morreram nos EUA por causa da tempestade, inclusive um casal cuja casa foi atingida por uma árvore em Baton Rouge. Antes, o furacão havia matado quase cem pessoas na República Dominicana, no Haiti e na Jamaica.

Três outras tempestades tropicais ainda ameaçam os EUA e o Caribe: Hanna, que está nas Bahamas, Ike e Josephine, que estão atravessando o Atlântico.