Um tribunal aprovou neste sábado (19) a criação de um novo partido político que pediu licença para funcionar por 15 anos. Com a autorização, o partido é o primeiro a ser reconhecido desde a saída de Hosni Mubarak e mostra a reviravolta político que está atingindo o Egito.

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A movimentação, que foi feita para acalmar reformistas e grevistas e para mostrar distância do regime de Mubarak, também foi seguida pela decisão do governo interino de trocar quatro ministros em uma minirreforma ministerial, disse um funcionário público do Egito em entrevista à imprensa estatal.

Integrantes do partido Wasat (partido de centro) tentaram oficializá-lo em quatro ocasiões desde 1996, mas todas as tentativas foram recusadas pelo comitê de partidos políticos. O órgão era chefiado por um líder da situação, em uma estratégia que na prática reprimia a oposição.

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"O tribunal decidiu que o partido está criado e é legitimo a partir de hoje", disse a agência de notícias estatal do Egito sobre o Wasat, criado por um antigo membro da Irmandade Muçulmana e que tem entre as suas prioridades combinar o respeito pela sociedade islâmica com a democracia.

Agora, o partido Wasat pode participar das eleições que a junta militar que controla o país prometeu para dentro de seis meses e que o fundador do partido Abou Elela Mady disse que está sendo motivada "pelos ventos de liberdade que sopraram junto com a revolução".

O Conselho Supremo das Forças Armadas, que assumiu o controle do Egito depois da queda de Mubarak, de 82 anos, dissolveu o parlamento e suspendeu a Constituição para alterá-la antes das eleições.

A expectativa é que as modificações na Constituição estejam concluídas nos próximos dias e sejam submetidas a um referendo popular, de acordo com um juiz que faz parte do comitê que discute as mudanças.

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