| Foto: HANNIBAL HANSCHKE/REUTERS

O promotor francês François Mollins anunciou na tarde deste sábado (14) que o número de mortos durante os ataques em Paris subiu para 129. De acordo com ele, em pronunciamento, 352 pessoas ficaram feridas nas ações -- sendo que 99 delas estão em estado grave.

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Ainda de acordo com Mollins, sete terroristas morreram nas ações.

Os ataques foram articulados “muito provavelmente por três equipes de terroristas”, destacou a autoridade.

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Um dos terroristas islâmicos que participaram do ataque ao Bataclan foi identificado neste sábado (14) pelas suas impressões digitais. Trata-se de um cidadão francês cujo nome ainda está sendo mantido em sigilo pelo Ministério do Interior.

Mollins divulgou que este homem tinha 29 anos e nasceu no bairro parisiense de Courcouronnes. Ele já havia sido detido por pequenos delitos, mas nunca chegou a ir para a prisão. Segundo o promotor, o terrorista teria iniciado sua radicalização em 2010.

FOTOS: veja imagens dos atentados e do dia seguinte em Paris

Confira a repercussão nas redes sociais em solidariedade aos parisienses

Ataque terrorista em Paris é o mais letal desde 2008

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A polícia de Paris encontrou também um passaporte sírio e um egípcio em locais atacados na noite desta sexta-feira (13), de acordo com agências de notícias e a imprensa francesa.

O dono do passaporte sírio passou pela Grécia em outubro, confirmou um ministro grego à agência Reuters. “O titular do passaporte passou pela ilha de Leros em 03 de outubro de 2015, onde foi identificado de acordo com as regras da UE”, disse Nikos Toscas, responsável pela guarda fronteiriça.

Uma fonte da polícia grega disse à Reuters que os países europeus foram convocados a verificar informações sobre o titular do passaporte para ver onde ele havia sido registrado.

Caso pertença mesmo ao autor do atentado, fato ainda não confirmado, isso pode reforçar a teoria de que jihadistas aproveitaram a onda migratória para entrar na Europa.

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Deve-se considerar ainda o fato de passaportes sírios serem conhecidos como moeda valiosa de troca para entrar no continente -- o que não garante a nacionalidade ou origem de seu portador.

Passaportes

Os passaportes teriam sido encontrados próximos aos corpos de homens-bomba mortos no ataque, na região do Stade de France, onde acontecia uma partida de futebol entre França e Alemanha.

A informação está sendo tratada com cuidado pelas autoridades, já que o documento pode ser roubado.

Caso seja confirmado que os passaportes pertenciam aos terroristas, seria a primeira vez que extremistas estrangeiros conseguiram agir dentro da França.

Os últimos grandes ataques terroristas no país, o ataque a tiros que deixou quatro mortos em 2012 e o massacre do “Charlie Hebdo” e do supermercado kosher, em janeiro, foram cometidos por radicais franceses.

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Hasthag facilita a localização de pessoas após atentado em Paris

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Os franceses deverão fazer um minuto de silêncio ao meio-dia (9h, em Brasília) na próxima segunda.

Ação na Bélgica

A polícia belga realiza ações neste sábado em Bruxelas e, até o momento, prendeu um homem que pode ter ligações com os ataques em Paris. O Ministério Público local disse que não iria comentar imediatamente.

A RTBF informou que as buscas policiais continuavam no distrito de Molenbeek, em Bruxelas.

O site da mídia estatal citou uma fonte próxima das operações dizendo que houve “entre duas ou três buscas, ligadas aos ataques em Paris” e que um homem havia sido preso.

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Para Hollande, ataques em Paris foram um “ato de guerra”

O presidente francês, François Hollande, disse neste sábado (14) que os ataques em Paris foram “um ato de guerra”, organizado do exterior pelo grupo Estado Islâmico com a ajuda interna.

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“Diante da guerra, o país deve tomar medidas adequadas”, disse ele, sem explicar o que isso significava. Hollande disse que iria falar ao Parlamento na segunda-feira em uma reunião extraordinária e que anunciou três dias de luto oficial pelas vítimas dos ataques de sexta-feira.

Os ataques em um estádio, sala de concertos e cafés e restaurantes no norte e leste Paris foram “um ato de guerra cometido pelo Daesh que foi preparado, organizado e planejado de fora (da França)” com a ajuda de dentro da França, afirmou Hollande, usando o acrônimo árabe para Estado Islâmico. Pelo menos dois terroristas conseguiram fugir, de acordo com fontes policiais. Oito foram capturados e mortos e outros sete morreram ao causar as explosões nas imediações do estádio de futebol. O ministério do Interior abriu uma página especial onde recebe informações da população a respeito dos responsáveis pelo ataque.

“Todas as medidas para proteger os nossos compatriotas e nosso território estão sendo tomadas no âmbito do estado de emergência”, disse. “O fechamento das fronteiras foi decidido para que as pessoas que cometeram esse crime possam ser detidas. Sabemos de onde veio esse ataque”, afirmou Hollande. “Temos que mostrar compaixão e solidariedade, mas temos também que mostrar união. A luta será sem piedade”.

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Marcas do terror

Depois do pior ataque terrorista da história da capital francesa, Paris amanhece marcada pelo pesadelo da noite desta sexta-feira (13), no qual ataques coordenados em diversos pontos da cidade. A cidade conta com um esquema de segurança sem precedentes para localizar os responsáveis pelo massacre.

Mesmo com o reforçado esquema de segurança, serviços de transporte aéreo e ferroviário já estão em funcionamento. Permanecem fechadas as universidades, escolas, repartições públicas, centros de lazer e diversão noturna.

A última vez que foi declarado o estado de emergência em todo o território francês foi durante a Guerra da Argélia, que aconteceu entre 1954 e 1962.

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Líderes de países como Irã, Egito e Paquistão condenaram, nas últimas horas, os ataques, que a presidente Dilma Rousseff classificou como “barbárie”. Aliados tradicionais, como Estados Unidos e Reino Unido, também já manifestaram repúdio aos acontecimentos da noite de sexta-feira. A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que “este ataque à liberdade não é voltado apenas a Paris, mas direcionado a todos nós” e ofereceu apoio à França.