Subiu para 11, neste sábado (4), o número de mortos em confrontos entre manifestantes e forças de segurança no Egito, no quarto dia consecutivo de protestos contra o governo provisório militar segundo fontes médicas e de segurança.
As mortes ocorreram na esteira do massacre de quarta-feira (1) no Estádio de Port Said, que deixou 74 mortos. A tragédia teria ocorrido com aparente conivência das autoridades policiais ao término de uma partida de futebol.
Centenas de pessoas protestaram neste sábado na Praça Tahrir, no centro do Cairo, para exigir reformas e pedir a execução do líder militar egípcio, acusado de má administração da transição do país para a democracia.
Segundo o Ministério da Saúde egípcio, o número de feridos já ultrapassou 2.500. Para analistas, os recentes protestos é mais um sinal do vácuo de segurança que se alastrou no país após a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro passado. O episódio de quarta-feira serviu para agravar a crise política no Egito.
Na madrugada de sexta-feira, egípcios quebraram uma barreira e cercaram o Ministério do Interior. Há relatos de que a polícia atirou chumbinho nos manifestantes. Para dispensar a população, agentes de segurança usaram gás lacrimogêneo.
Distúrbios
Os distúrbios em Port Said começaram quando torcedores do clube Al-Masry invadiram o campo após uma vitória inesperada por 3 a 1 sobre o Al-Ahly do Cairo, uma das equipes mais populares do Egito, e atacaram seus rivais. Centenas deles foram obrigados a fugir através de uma estreita entrada do estádio. Quase mil pessoas ficaram feridas. Muitas pessoas morreram pisoteadas e sufocadas.
O premier Kamal Ganzuri admitiu ser o responsável político pelo trágico episódio e demitiu os chefes de segurança e inteligência de Port Said.