Aviões e helicópteros de combate israelenses bombardearam a Faixa de Gaza neste sábado (27), deixando pelo menos 205 mortos no território controlado pelo Hamas, no dia mais sangrento para os palestinos em mais de 20 anos.
Militantes palestinos responderam lançando foguetes que mataram um israelense e feriram muitos outros, de acordo com médicos da região.
Os militares israelenses disseram que os alvos dos ataques eram "infra-estrutura terrorista". Eles afirmaram que caso necessário continuarão e ampliarão a ofensiva.
O Hamas informou que pelo menos 100 membros das forças de segurança do grupo foram mortas, além de pelo menos 15 mulheres e crianças, e prometeu vingar o que chamou de "carnificina israelense".
Uma fumaça negra e espessa tomou o céu sobre a Cidade de Gaza, onde mais de 30 ataques foram realizados, destruindo várias instalações policiais do Hamas, incluindo duas onde aconteciam cerimônias de formatura de novos recrutas.
Imagens de TV mostravam corpos no chão, e mortos e feridos sendo carregados do local. Vários edifícios foram atingidos.
Entre os mortos estavam o chefe de polícia nomeado pelo Hamas, Tawfiq Jabber, o chefe de segurança do Hamas e o governador da região central de Gaza, de acordo com funcionários dos serviços médicos. Segundo médicos de Gaza, o número de palestinos mortos chega a pelo menos 205.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que a ofensiva aérea israelense era "criminosa" e pediu intervenção da comunidade internacional. A Liga Árabe informou que ministros das Relações Exteriores árabes se encontrarão no Cairo, domingo ou segunda-feira, para tomar uma posição comum sobre os ataques israelenses.
A União Européia fez um apelo por um cessar-fogo imediato em Gaza: "Estamos muito preocupados com os eventos em Gaza... pedimos que todos mostrem máxima moderação", afirmou o porta-voz para do chefe de Política Externa da União Européia, Javier Solana.
Já a Casa Branca pediu que Israel evite baixas civis em seus ataques aéreos e afirmou que o Hamas precisa interromper os ataques de morteiros a Israel para cessar a violência. No entanto, Washington não pediu para que Israel interrompa os ataques aéreos.
"Os contínuos ataques de morteiros do Hamas em Israel precisam parar para interromper a violência. O Hamas precisa acabar com suas atividades terroristas se quiser ter um papel no futuro do povo palestino", afirmou o porta-voz da Casa Branca Gordon Johndroe.
Fim da trégua
Os ataques aéreos aconteceram após o fim, há uma semana, de uma trégua de seis meses em Gaza. Na quinta-feira, o premiê de Israel, Ehud Olmert, alertou o Hamas para que parasse de disparar foguetes contra alvos israelenses ou então que enfrentasse as consequências.
Uma dezena de foguetes foi disparada de Gaza na sexta-feira. Um matou de forma acidental, no norte de Gaza, duas crianças palestinas, segundo médicos.
Neste sábado, corpos eram empilhados, e feridos se contorciam em dor. Os que mostravam sinais de vida eram levados para carros e ambulâncias.
Alguns dos que faziam o resgate batiam na própria cabeça e gritavam: "Allahu akbar" (Deus é grande). Testemunhas disseram que os ataques foram realizados por aviões e helicópteros de combate.
"Todos os combatentes têm a ordem de responder a carnificina israelense", afirmou um comunicado do Jihad Islâmico. O Hamas e outros grupos armados se pronunciaram no mesmo sentido.
Um assessor de Ehud Barak, ministro da Defesa de Israel, declarou que os militares estão preparados para intensificar as ações, se necessário.
"A operação será realizada e ampliada de acordo com a necessidade", afirmou o assessor à Reuters. "Estamos enfrentando um período que não vai ser fácil ou simples."
Em março, uma ofensiva israelense de cinco dias matou mais de 120 pessoas.
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