O presidente dos EUA, Barack Obama, tenta na segunda-feira reforçar o apoio popular à guerra no Afeganistão, a poucos dias da eleição presidencial afegã, que é vista como um teste para a sua nova estratégia.
Obama falará a militares veteranos em Phoenix, num momento em que cada vez mais soldados dos EUA morrem no Afeganistão, coincidindo com o envio de reforços por Washington e de recrudescimento da milícia Taliban. Após quase oito anos de guerra, pesquisas nos EUA indicam um apoio cada vez menor à ação militar.
Buscando tranquilizar os norte-americanos, Obama deve apresentar argumentos em prol da estratégia que adotou desde a posse, em janeiro, no sentido de priorizar o conflito afegão e afastar os EUA do impopular conflito no Iraque.
"Ele obviamente irá tocar no que estamos conseguindo (e) no que esperamos conseguir", disse o porta-voz presidencial Robert Gibbs, antecipando o discurso marcado para 11h (hora local) numa convenção dos Veteranos das Guerras Externas.
O êxito da segurança na eleição afegã será considerado vital na estratégia de Obama, que enviou neste ano 30.000 soldados adicionais para o Afeganistão, na esperança de reverter o cenário numa guerra que, segundo muitos analistas, os EUA estavam perdendo.
"Temos tremendos recursos lá para garantir uma situação de segurança que permita aos afegãos escolherem seus líderes", disse Gibbs a jornalistas.
O discurso deve abordar também a guerra do Iraque, os gastos militares dos EUA e o plano de saúde dos veteranos. Sobre a eleição afegã, Obama deve se manifestar com cautela, para evitar uma impressão de interferência.
Apear de certa inquietação dos EUA acerca da liderança do presidente Hamid Karzai, as pesquisas mostram uma confortável vantagem dele sobre seu maior rival, Abdullah Abdullah, mas não a ponto de evitar um segundo turno.
Salientando sua promessa de perturbar o pleito, o Taliban reivindicou no sábado um atentado com um carro-bomba que matou sete pessoas em Cabul, perto da sede da força internacional sob comando da Otan.