O presidente dos EUA, Barack Obama, ganhou um importante impulso na segunda-feira em sua campanha por novas sanções ao Irã, depois de uma conversa com seu colega chinês, Hu Jintao, que abordou também os atritos econômicos bilaterais.
A reunião de 90 minutos ocorreu no primeiro dos dois dias da cúpula nuclear que reúne 47 países em Washington, na qual Obama quer convencer outros governos da importância de tomar medidas que evitem terroristas de obterem material passível de uso em armas atômicas.
A Ucrânia deu o primeiro exemplo, ao anunciar que abrirá mão do seu estoque de urânio altamente enriquecido.
O programa nuclear do Irã, que o Ocidente teme ser fachada para o desenvolvimento de uma bomba atômica, não está na agenda da cúpula, mas a presença de tantos líderes mundiais dá a Obama a oportunidade de voltar a defender novas sanções contra Teerã por causa da sua recusa em abandonar o enriquecimento de urânio.
Falando a jornalistas após a reunião, fontes chinesas e norte-americanas descreveram uma atmosfera positiva e construtiva a respeito do Irã. A China, que tem estreitas relações econômicas com a República Islâmica, tem relutado em aceitar sanções mais duras ao país.
A Casa Branca espera que uma conversa cara a cara ajude a aferir o real envolvimento da China com a iniciativa de Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e Alemanha, que defendem uma quarta rodada de sanções ao Irã.
"A resolução deixará claro ao Irã o custo de manter um programa nuclear que viole as obrigações e responsabilidades", disse a jornalistas Jeffrey Bader, principal assessor de Obama para a China. "Os chineses estão ativamente à mesa (na sede da ONU) em Nova York."
Obama também citou a preocupação dos EUA com a excessiva desvalorização do yuan, e pediu a Hu que adote uma política cambial mais voltada para os mercados.
Washington pressiona a China a valorizar sua moeda, já que o yuan fraco dá uma vantagem desleal a exportadores chineses.
Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA, e Larry Summers, consultor econômico da Casa Branca, participaram da reunião. Uma fonte oficial dos EUA disse que o presidente tratou também da questão do acesso de produtos norte-americanos ao mercado chinês.
A respeito do Irã, Hu disse a Obama que China e EUA compartilham do mesmo objetivo, segundo Ma Zhaoxu, porta-voz da chancelaria chinesa.
As declarações de Ma confirmam a recente decisão chinesa de participar das discussões sobre o Irã, mas sem indicar uma disposição em aceitar novas sanções mais duras, especialmente contra o setor energético iraniano.
Ma também reiterou o apelo habitual da China por "diálogo e negociações" com o Irã.
Uma fonte oficial dos EUA disse que China e EUA concordaram que os seus representantes vão colaborar na preparação de uma resolução sobre as sanções.
A presença de Hu na cúpula já havia sido vista nos EUA como um sinal positivo, após atritos bilaterais motivados pelas questões do Tibete, da censura na Internet, da política cambial e da venda de armas dos EUA a Taiwan.
Paz no oriente médio
O presidente Barack Obama e o rei Abdullah, da Jordânia, fizeram um apelo nesta segunda-feira para que Israel e os palestinos iniciem em breve diálogos indiretos de paz.
A Casa Branca disse que Obama e o monarca jordaniano discutiram os esforços de paz no Oriente Médio e o impasse nuclear iraniano em conversas nos bastidores da cúpula sobre segurança nuclear em Washington.
A administração de Obama pretende reunir israelenses e palestinos em conversas de "aproximação" que visam reiniciar o estagnado processo de paz.
A Jordânia, único país árabe além do Egito a ter assinado um acordo de paz com Israel, é vista como uma potencial peça-chave em qualquer negociação de paz regional.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink