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O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que a saída do líder líbio Muamar Kadafi do poder é inevitável para que acontece uma transição democrática do poder no país do norte da África.

As declarações de Obama foram dadas durante discurso do presidente sobre o Oriente Médio e o norte da África, regiões que vivem uma série de levantes que derrubou os governos da Tunísia e do Egito, além de inspirar uma revolta de três meses na Líbia para depor Kadafi após 41 anos no poder.

"O tempo trabalha contra Kadafi. Ele não tem controle sobre o seu país. A oposição organizou um conselho interino legítimo", disse Obama em Washington.

"Quando Kadafi inevitavelmente renunciar ou ser forçado a deixar o poder, décadas de provocação acabarão e a transição para uma Líbia democrática poderá prosseguir", disse ele, defendendo a sua decisão de tomar medidas militares contra o líder do governo na Líbia.

O governo líbio, em reação ao discurso de Obama, disse que o presidente dos EUA é uma decepção. "Obama ainda é uma decepção. Ele acredita nas mentiras que seu próprio governo e a mídia espalham pelo mundo... Não é Obama quem decide se Muamar Kadafi deixará a Líbia ou não. É o povo líbio", disse o porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, a jornalistas.

Os comentários de Obama ecoaram as declarações do secretário-geral da Otan, general Anders Fogh Rasmussen, que disse nesta quinta-feira que a pressão militar e política estava enfraquecendo Gaddafi e iria, eventualmente, derrubá-lo.

Agindo sob decisão da ONU, os países da Otan incluindo França, Grã-Bretanha e Estados Unidos estão fazendo ataques aéreos que buscam impedir que Gaddafi use força militar contra civis.

Em alguns dos últimos ataques, a Otan atingiu as forças de Kadafi que estão 15 quilômetros a leste da cidade de Zintan, controlada pelos rebeldes, na região das montanhas ocidentais. Zintan e a cidade portuária de Misrata foram palco dos conflitos mais sangrentos das últimas semanas.

Um repórter da Reuters em Zintan disse que os ataques da Otan em depósitos de armas do governo na periferia da cidade geraram uma grande nuvem de fumaça. O ataque de forças do governo contra divisões rebeldes próximas da cidade mataram pelo menos um rebelde e feriram três, disse um médico da cidade.

Os rebeldes controlam a parte leste da Líbia e pequenas partes no oeste, mas o conflito chegou a um impasse militar depois que as tentativas dos rebeldes de tomar a base de Kadafi em Trípoli foram paralisadas.

Governos ocidentais, sob a pressão de eleitores céticos, estão contando que a administração de Kadafi entre em colapso.

"Nós prejudicamos significativamente a máquina de guerra de Kadafi. E agora estamos vendo os resultados, a oposição ganhou terreno", disse Rasmussen em coletiva de imprensa na capital da Eslováquia, Bratislava. "Tenho confiança que a combinação de uma forte pressão militar e política, com o apoio da oposição, vai levar ao colapso do regime."

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