A campanha de ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia reduziu o poderio militar do governante Muamar Kadafi, afirmou hoje o secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen. Segundo ele, a "máquina de guerra" de Kadafi foi "significativamente" afetada, e esses resultados já são vistos pois "a oposição ganhou espaço".
Rasmussen falou em Bratislava, ao lado do presidente da Eslováquia, Ivan Gasparovic. "O regime de Kadafi está cada vez mais isolado", afirmou o chefe da Otan. "Nós manteremos uma forte pressão militar sobre o regime de Kadafi, e estou confiante de que uma combinação de uma forte pressão militar e a crescente pressão política e o apoio à oposição irão finalmente levar ao colapso do regime", acrescentou Rasmussen. Ele disse que a missão continuará até estar concluída.
"Há três objetivos militares claros para nossa operação", afirmou Rasmussen. "Em primeiro lugar, o fim completo de todos os ataques contra civis. Em segundo, a volta das forças militares e das forças paramilitares de Kadafi para suas bases. E, em terceiro, o acesso imediato e total ao povo em necessidade na Líbia", listou. "Nós continuaremos nossa operação até que esses objetivos sejam cumpridos."
A Otan age sob a autorização de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, para garantir uma zona de exclusão aérea no país e proteger a população civil. As forças de Kadafi perderam grandes porções de território no leste do país para rebeldes contrários ao regime. Também hoje, porém, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu para a piora da situação humanitária na Líbia, em meio a tentativas frustradas de garantir um cessar-fogo.
Tunísia
Autoridades da Tunísia negaram hoje as versões segundo as quais familiares de Kadafi, entre eles sua mulher e a filha, haviam fugido para o país. "Esses relatos são totalmente falsos", afirmou uma fonte do governo, pedindo anonimato.
O procurador-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Moreno-Ocampo, pediu nesta semana que juízes do órgão emitam mandados de prisão contra Kadafi, seu filho Seif Al-Islam e o chefe do serviço de inteligência, Abdallah Al-Senoussi.
A insurgência na Líbia começou em fevereiro. Dezenas de milhares de pessoas, incluindo muitos trabalhadores imigrantes estrangeiros, fugiram da violência e seguiram para a Tunísia.