Protestos continuam na Líbia, nesta segunda-feira (28)| Foto: Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enfrenta o desafio nesta segunda-feira de convencer os norte-americanos de que tem objetivos claros e uma estratégia definida para a saída dos Estados Unidos do conflito na Líbia, enquanto tenta responder as críticas crescentes vindas do Congresso.

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Acusado por muitos parlamentares por não explicar o papel dos EUA na campanha área do Ocidente contra as forças do líder líbio Muamar Kadafi, Obama tentará definir o propósito e o escopo da missão em um pronunciamento transmitido pela televisão às 20h30 (horário de Brasília).

Os aliados dos EUA na coalizão prestarão atenção ao discurso. Ele será feito apenas um dia antes de uma conferência importante em Londres, onde serão discutidas estratégias políticas para pôr fim ao governo de 41 anos de Kadafi no país do norte da África exportador de petróleo.

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A tarefa de Obama ficou mais fácil depois que a Otan concordou no domingo em assumir total responsabilidade pelas operações militares na Líbia, colocando fim à incerteza sobre quem assumiria a liderança do esforço dos aliados.

Obama deverá dizer que a decisão da aliança é uma prova de que está cumprindo sua promessa de que os EUA exercerão um papel apenas limitado na guerra contra um terceiro país muçulmano - as forças norte-americanas estão também no Iraque e no Afeganistão. As vitórias dos rebeldes nos campos de batalha na Líbia também poderão reforçar sua posição.

No entanto, ele ainda precisa tranquilizar a população norte-americana de que a intervenção na Líbia atende aos interesses nacionais norte-americanos e ainda aplacar as dúvidas de que ele tem uma idéia clara sobre o fim do jogo.

Questionado sobre a Líbia numa discussão pública sobre educação na segunda-feira, Obama disse que o envolvimento norte-americano seria "limitado tanto no tempo como no espaço".

CRÍTICAS

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O discurso de Obama ao povo norte-americano marca a iniciativa mais consistente dele para retomar o controle do debate sobre a Líbia em Washington.

Os republicanos têm se sobressaído mais nas reclamações de que ele tem fracassado em comunicar os objetivos da missão e alguns o criticaram por não buscar a aprovação do Congresso. Embora a maioria dos democratas ainda o apoie, alguns observam a ausência de um plano coerente de saída.

"Essa política tem sido marcada por confusão, indecisão e atraso", disse o senador republicano John McCain à Fox News no domingo. "Não é surpresa os americanos estarem confusos com relação ao que é nossa política, porque de um lado dizem que é humanitário, e de outro afirmam que Gaddafi deve renunciar."

As autoridades da Casa Branca defendem a abordagem cautelosa de Obama como necessária para forjar uma coalizão, incluindo o apoio árabe, e negam qualquer fracasso na articulação dos objetivos norte-americanos.

Obama disse que o propósito da ação militar aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) era o de proteger civis - e não derrubar Kadafi. Entretanto, não fez segredo sobre seu desejo de ver Gaddafi fora do poder.

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O que permanece obscuro, porém, é o que vai acontecer se Kadafi se mantiver no poder, apesar da zona de exclusão aérea e dos ataques aéreos.

Obama ainda tem de lidar com esse cenário e não se sabe até onde chegará com seu discurso na Universidade de Defesa Nacional em Washington.

Embora os bombardeios dos aliados contra as forças de Kadafi tenham ajudado o exército rebelde da Líbia a reverter as perdas militares na insurgência que já dura cinco semanas, os analistas vêem o risco de um impasse violento que poderia prolongar o apoio militar do Ocidente.

Apesar disso, o secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, disse ao programa "Meet the Press", da NBC, que os EUA começariam a reduzir sua participação na zona de exclusão aérea da Líbia nas próximas semanas.

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