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Obama e a família, em Chicago: será que a mandinga brasileira ajudou? | Jim Bourg / Reuters
Obama e a família, em Chicago: será que a mandinga brasileira ajudou?| Foto: Jim Bourg / Reuters

Perfil: Barack Obama, uma "improvável" jornada para a história

Pouco antes da meia-noite, em novembro do ano passado, Barack Obama, então em desvantagem nas pesquisas de opinião, subia ao palco em um auditório mergulhado na escuridão em Iowa, enfrentando um dos maiores nomes da política democrata, e um momento crucial, de grandes decisões. A grande virada, a partir da qual se tornaria um astro, quando se apresentara aos Estados Unidos na convenção democrata de 2004, era uma lembrança distante; sua campanha presidencial, iniciada nove meses antes, às vezes, fora bastante sem brilho. Ele sabia que o estado de Iowa poderia ser o fim - ou então o começo.

Naquela noite, os democratas estavam reunidos para o jantar de comemoração do Dia de Jefferson-Jackson, em Des Moines. Menos de dois meses antes dos primeiros caucus cruciais do país, realizados em Iowa, o evento poderia ser determinante para os aspirantes à presidência. E Barack Obama, um político de bom senso e orador particularmente dotado, estava preparado para a batalha. Obama, o último candidato a falar, considerado por alguns frio e cerebral demais, esquentou a atmosfera e o público com um apelo apaixonado. Leia matéria completa

O democrata Barack Obama conquistou a Casa Branca nesta terça-feira (quarta no horário de Brasília), após uma extraordinária campanha de dois anos, derrotando o republicano John McCain e fazendo história ao se tornar o primeiro negro a ser eleito presidente dos Estados Unidos.

Obama tomará posse como o 44.º presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2009, segundo projeções das redes de TV norte-americanas.

Ele terá pela frente enormes desafios, como a crise econômica, a guerra do Iraque e a reforma do sistema público de saúde.

As chances de McCain haviam praticamente desaparecido com a definição em favor de Obama do Estado de Ohio, que em 2004, numa disputa apertada, dera a reeleição ao republicano George W. Bush contra o democrata John Kerry.

Outro golpe fatal para McCain foi a perda da Virgínia, que desde 1964 não votava num democrata.

Obama, senador por Illinois, comanda uma goleada eleitoral democrata, que também ampliou a maioria do partido na Câmara e no Senado, numa demonstração de repúdio do eleitorado aos oito anos do governo republicano de Bush.

A vitória de Barack Hussein Obama, 47 anos, filho de um negro do Quênia com uma branca do Kansas, é um marco na história dos EUA, 45 anos após o auge do movimento dos direitos civis, liderado pelo pastor Martin Luther King.

Numa campanha dominada até o final por notícias ruins na economia, a liderança de Obama e suas propostas sobre como lidar com a crise desequilibraram a disputa a seu favor. As pesquisas de boca-de-urna mostraram que a economia era a principal questão da campanha para 60 por cento dos eleitores.

Dezenas de milhares de simpatizantes de Obama estão reunidos no Grant Park, em Chicago, para uma festa noturna. Enquanto esperam uma aparição do presidente eleito, os seguidores dele aplaudem fervorosamente cada resultado positivo que é exibido no telão.

McCain, 72 anos, senador pelo Arizona e ex-prisioneiro de guerra no Vietnã, pretendia se tornar a pessoa mais velha a assumir a presidência dos EUA. Sarah Palin, sua companheira de chapa, poderia se tornar a primeira mulher vice-presidente.

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