Com o crescimento do terrorismo e das guerras virtuais, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou nesta terça-feira um antigo assessor de George W. Bush para liderar um programa de segurança digital no governo.

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Howard Schmidt, que trabalhou em gigantes da informática como a Microsoft e a eBay, ocupará o posto apelidado de "cyber czar" pela imprensa americana depois de um processo de seleção iniciado há dez meses. Outros candidatos rejeitaram a indicação anteriormente.

O objetivo da Casa Branca é preparar os EUA para combater as ameaças na área de informática tanto na vida pública como na militar. No cargo, Schmidt terá de responder ao Conselho de Segurança Nacional e lidará com temas comuns como vírus em computadores domésticos, passando por espionagem de países estrangeiros dentro território americano através de recursos cibernéticos até a hackers que provocam rombos no sistema financeiro, como o que vem sendo investigado pelo FBI no Citibank, segundo reportagem publicada nesta terça-feira no Wall Street Journal.

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Dezenas de milhões de dólares teriam sido desviados do banco americano por meio de uma infiltração de hackers em uma falha do sistema de computador do Citibank. O FBI detectou, de acordo com o jornal americano, o crime em meados deste ano, mas não sabe dizer ao certo quando ocorreu. Os investigadores passaram a suspeitar de que alguma coisa estivesse ocorrendo depois de verificarem um movimento grande de endereços utilizados no passado por um grupo criminoso da Rússia. Nenhum membro da organização foi identificado nem preso. O FBI estima que US$ 260 milhões são desviados anualmente através de hackers no sistema financeiro americano.

O Citibank buscou desmentir a reportagem do Wall Street Journal. "Não temos nenhuma falha e não ocorreram perdas de clientes ou do banco. Qualquer alegação de que o FBI esteja trabalhando em um caso no Citibank que envolva dezenas de milhões de dólares não é verídico", disse Joe Petro, diretor-executivo de segurança do Citibank.

O Wall Street Journal, antecipando esta resposta, afirmou que bancos costumam não admitir falhas na sua segurança com medo de que sua reputação com os clientes seja afetada.

Tom Kellerman, que já trabalhou na área de segurança tecnológica no Banco Mundial, afirmou que bancos são constantemente alvos de organizações criminosas do Leste Europeu, do Sudeste Asiático e também do Brasil.

A demora para escolher um coordenador para a área de segurança digital provocou duras críticas a Obama, que participou pessoalmente do processo de seleção. Sete meses atrás, o próprio presidente afirmou que o uso da internet por criminosos e terroristas "é o mais sério desafio em segurança nacional e economia que enfrentamos como uma nação".

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Schmidt não será o primeiro membro da área de segurança do atual governo ligado a Bush. O secretário da Defesa, Robert Gates, foi mantido no comando do Pentágono por Obama.

Em carta publicada no site da Casa Branca, o governo informa que Schmidt "terá acesso regular ao presidente e será um membro-chave de sua equipe de segurança nacional. Ele também trabalhará com a área econômica para garantir que o país se mantenha seguro e próspero".

O novo coordenador não comentou sua nomeação, que foi bem recebida nos meios políticos americanos. O processo de escolha não envolveu apenas nomes, mas também as atribuições do novo cargo.

Alguns membros do governo, como Melissa Hathaway, que formulou o plano de segurança digital de Obama, anunciado em maio, renunciou ao cargo há alguns meses devido à demora do presidente para escolher alguém para o posto. Até agora, Christopher Painter, chefe de segurança digital do Conselho de Segurança Nacional, era quem vinha exercendo o cargo na prática.

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