Presidente norte-americano, Barack Obama, e presidente chileno, Sebastián Piñera, apertam mãos ao lado de suas esposas em cerimônia no Palácio Presidencial La Moneda, em Santiago, Chile| Foto: Reuters
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O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu nesta segunda-feira uma "nova era de parceria" com a América Latina e reconheceu que o passado entre os Estados Unidos e seus vizinhos na região foi algumas vezes conturbado.

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Depois da visita no fim de semana ao Brasil, Obama expressou sua visão de comércio, investimento e laços políticos mais fortes com uma região economicamente dinâmica, na qual os EUA enfrentam crescente competição da China.

"Nenhuma região está mais estreitamente ligada do que Estados Unidos e América Latina", afirmou Obama em uma entrevista coletiva à imprensa, depois de conversações com o presidente chileno, Sebastián Piñera, em uma visita ofuscada pelos ataques aéreos dos EUA e países europeus contra as forças leais ao líder líbio, Muamar Kadafi.

Obama se empenha em equilibrar a condução de crises mundiais, incluindo a terceira intervenção militar dos EUA em um país muçulmano, com suas prioridades domésticas de criação de empregos e revitalização da economia, consideradas cruciais para sua chance de reeleição em 2012.

Em seu discurso sobre política latino-americana, Obama elogiou a transição do Chile do regime militar para uma democracia estável, sugerindo que o país poderia servir de modelo para nações no mundo árabe que enfrentam rebeliões populares contra governos autocráticos.

Obama disse querer lançar uma nova iniciativa para a América Latina, que seria uma "rua de duas mãos" .

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"O que me deixa mais entusiasmado quanto a isso é que em um país como o Chile, não é apenas uma questão do que nós podemos dar ao Chile, é também uma questão do que o Chile pode nos oferecer", disse ele, embora tenha admitido que as relações com a América Latina tenham "às vezes sido muito instáveis e às vezes difíceis".

Durante a Guerra Fria, os EUA apoiaram uma série de ditaduras contra rebeldes marxistas ou grupos de esquerda na América Latina. Entre elas, a ditadura do general Augusto Pinochet, no Chile.

Obama afirmou que a região, onde o crescimento econômico se acelerou nos últimos anos e a democracia se firma, depois de guerras civis brutais em vários países, é agora mais importante para a prosperidade e segurança dos EUA do que em qualquer outra época.

"Eu não conseguiria imaginar um lugar mais adequado para discutir a nova era de parceria que os Estados Unidos buscam, não apenas com o Chile, mas por todas as Américas", disse Obama.

Mas ele ressalvou que alguns líderes ainda se agarram a "ideologias falidas" e pediu que Cuba, de regime comunista, respeite os direitos humanos.

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Piñera apoiou o chamado de Obama por uma nova aliança, mas lembrou que o Panamá e a Colômbia ainda esperam por acordos de livre comércio há muito tempo prometidos pelos EUA.

Quando Obama assumiu a Presidência, em 2009, a América Latina esperava, com otimismo, que ele fosse dar à região o respeito que sente merecer, em razão de seu forte desempenho econômico. Passados dois anos, há o sentimento de que as relações com a América Latina foram negligenciadas por Obama, que enfrenta desafios internos urgentes e guerras no exterior.