O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fará no sábado um discurso em Tóquio no qual prometerá um maior envolvimento do país com a Ásia, inclusive no âmbito comercial, segundo fontes do seu governo.

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O Japão é o primeiro país visitado por Obama em sua viagem oficial à Ásia, que deve durar nove dias e incluir uma participação na cúpula da Apec (bloco regional Ásia-Pacífico) em Cingapura, além de passagens por China e Coreia do Sul.

"Esta é obviamente a região de crescimento econômico mais rápido do mundo (...). Ela suporta milhões de empregos e uma enorme quantidade do nosso comércio", disse Ben Rhodes, assessor-adjunto de Segurança Nacional encarregado de comunicações estratégicas, numa entrevista em que antecipou os principais pontos do discurso de Obama.

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"Há potencial aqui para mais comércio entre nós, inclusive o potencial para criar mais empregos norte-americanos por meio das exportações", acrescentou.

O discurso deve começar às 10h (23h de sexta-feira em Brasília), para uma plateia de cerca de 1.500 pessoas no Salão Suntory em Tóquio.

Rhodes disse que Obama abordará também "a mudança climática, a proliferação nuclear e o extremismo", além de planos para um maior envolvimento dos EUA com blocos regionais como a Apec.

O discurso abordará também as relações sino-americanas, um tema que será aprofundado entre domingo e quarta-feira, quando Obama visita Xangai e Pequim.

Novas cifras oficiais sobre o déficit comercial dos EUA podem reforçar a urgência na busca por maiores oportunidades de exportação para a China e outros países asiáticos.

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O déficit comercial norte-americano subiu 18,2 por cento em setembro, atingindo 36,5 bilhões de dólares, segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Departamento de Comércio dos EUA. Foi o maior aumento mensal desse indicador em mais de dez anos, provocado principalmente pela elevação do preço do petróleo e pelo maior volume de importações vindas da China.

O aumento das importações chinesas pode reforçar a preocupação de empresários e políticos dos EUA de que a moeda chinesa esteja excessivamente desvalorizada frente ao dólar, o que facilita o acesso ao mercado norte-americano.

No discurso de sábado, Obama deve salientar também o vigor da aliança de Washington com o Japão. Na sexta-feira, ele e o novo primeiro-ministro do país, Yukio Hatoyama, prometeram revitalizar a aliança de segurança, abalada pelas declarações de Hatoyama de buscar uma postura diplomática mais independente de Washington.

Os dois governantes discutiram também a necessidade de se adaptarem ao fato de que a China deve ultrapassar o Japão como segunda maior economia do mundo. Mas continuou em aberto a polêmica sobre a futura localização da base militar norte-americana em Okinawa, uma ilha no sul do Japão que representa um atrito entre EUA e o novo governo japonês. Tóquio deseja tirar a base da ilha, enquanto Washington sugere apenas transferi-la para uma parte menos populosa de Okinawa.

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