Funeral no Irã acaba em violência
Teerã - Manifestantes favoráveis e contrários ao governo do Irã voltaram a se enfrentar ontem no funeral de um dos dois mortos durante os protestos da última segunda-feira os primeiros promovidos por oposicionistas desde a contestada reeleição de Mahmoud Ahmadinejad, em 2009.
Manifestações contra Mubarak deixaram 365 civis mortos no Egito
Cairo - Pelo menos 365 pessoas morreram durante os 18 dias de protestos antigovernamentais que levaram à queda de Hosni Mubarak depois de quase 30 anos no poder, anunciou ontem o Ministério da Saúde do Egito. Trata-se da primeira contagem de mortes ocorridas durante as manifestações divulgada pelo governo.
No Iraque, 12 ficam feridos
Bagdá - Ao menos 12 pessoas ficaram feridas ontem na cidade iraquiana de Kut, a 160 km de Bagdá, após a polícia tentar acabar com uma manifestação que exigia a melhora dos serviços no país. Cerca de 2 mil pessoas participaram do protesto e atacaram escritórios do governo, arrancando pedras do pavimento para arremessar contra a sede do conselho regional.
Os protestos que abalam o mundo muçulmano há dois meses chegaram à Líbia e aumentaram as tensões nesta quarta-feira no Bahrein e no Iêmen.
Ao menos 38 pessoas ficaram feridas durante confrontos entre opositores antirregime e forças de segurança da Líbia. O país, governado desde 1969 pelo ditador Muamar Kadafi, mais longevo mandatário africano, era um dos poucos até então imunes às revoltas que depuseram ditadores na Tunísia e no Egito e já ameaçam outros líderes.
Segundo relatos, as manifestações eclodiram na cidade mediterrânea de Benghazi a cerca de 1.000 km da capital, Trípoli , com tradição de oposição, e tiveram como estopim a prisão de um ativista de direitos humanos.
Em pouco tempo, porém, assumiram contornos anti-Kadafi, com algumas centenas de pessoas ateando fogo em carros e atacando a sede das forças de segurança, que reagiram com balas de borracha e com canhões de água.
Vídeo postado na internet mostrava manifestantes entoando cânticos de "Nenhum Deus além de Alá. Muammar é inimigo de Alá" e "Abaixo a corrupção".
Bahrein
O pequeno país governado pelo rei Hamad bem Issa Al Khalifa enfrentou ontem o terceiro dia consecutivo de protestos antigoverno que já deixaram dois mortos, com manifestantes ocupando, a exemplo do Egito, uma praça-símbolo localizada no centro da capital, Manama.
Após as mortes, no entanto, forças de segurança do país hesitaram em reprimir as manifestações, revelando aparente temor da monarquia que governa a pequena ilha no Golfo Pérsico com um agravamento das tensões.
Os cerca de 2.000 manifestantes da Praça Pearl exigem instituição de governo eleito, realização de eleições livres, soltura de presos políticos e a saída do premiê no cargo há 40 anos e de todo o Parlamento. Mas poupam o rei, pedindo a criação de uma monarquia constitucional.
Iêmen
Manifestações contra o ditador Ali Abdullah Saleh se espalharam pelo Iêmen, com centenas de pessoas saindo às ruas de Sanaa, Aden e Taiz. Na capital, ao menos 800 opositores marcharam pelas ruas próximas à universidade de Sanaa, apesar dos esforços da polícia para conter os protestos.
Outra mobilização reuniu na capital iemenita centenas de juízes que pediam a independência do Judiciário.
Os partidários de Saleh no poder há 32 anos , armados com cassetetes, facas e pedras, atacaram os estudantes na saída da universidade, quando os jovens pretendiam seguir para o palácio presidencial.