O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou nesta terça-feira, "nos termos mais fortes", os ataques promovidos por manifestantes partidários do governo sírio às embaixadas dos Estados Unidos e da França em Damasco.
Tanto Washington como Paris criticaram duramente o presidente sírio, Bashar al-Assad, que há quatro meses tenta silenciar uma ampla revolta popular mobilizando soldados e tanques.
"Ele perdeu legitimidade ao recusar-se a liderar a transição" para a democracia, disse o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, a jornalistas, endurecendo a retórica norte-americana contra o líder sírio em relação à repressão aos manifestantes.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, já havia afirmado a jornalistas na segunda-feira: "Nós não investimos absolutamente nada na permanência dele no poder."
Uma declaração do Conselho de Segurança lida à mídia pelo embaixador da Alemanha na ONU, Peter Wittig, pediu que as autoridades sírias protegem as propriedades e o pessoal diplomático.
"Os membros do Conselho de Segurança condenam nos termos mais fortes os ataques contra as embaixadas em Damasco", disse o documento do Conselho de Segurança. "Nesse contexto, os membros do Conselho de Segurança pedem que as autoridades sírias protegem as instalações e os funcionários da diplomacia."
O premiê francês, François Fillon, mais cedo acusou a Rússia e a China de tentarem bloquear uma resolução da ONU sobre a Síria, dizendo ser "intolerável que o Conselho de Segurança mantenha-se calado em uma tragédia como essa".
O embaixador da Síria na ONU acusou os EUA e a França na terça-feira de distorcer e exagerar os fatos sobre os ataques dos manifestantes contra as embaixadas em Damasco.
O diplomata, Bashar Ja'afari, disse a jornalistas que a Síria buscava proteger as embaixadas e que alguns manifestantes envolvidos nos acontecimentos de segunda-feira haviam sido presos e seriam levados à Justiça.
Segundo diplomatas ocidentais, manifestantes leais a Assad invadiram brevemente a embaixada dos EUA e arrancaram parte do letreiro, enquanto guardas usaram munição real para impedir centenas deles de entrarem na embaixada francesa.
Os protestos foram motivados pelo governo contra a visita dos embaixadores dos EUA e da França à cidade de Hama na semana passada, realizada em apoio aos milhares de manifestantes pró-democracia que vem se reunindo no local, a despeito da repressão violenta das forças sírias.
A agência de notícias estatal síria Sana disse que as declarações de Hillary Clinton contra a Síria são "outra prova da flagrante intervenção dos EUA nos assuntos internos da Síria".
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