A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou nesta segunda-feira (11) que o presidente da Síria, Bashar Assad, "não é indispensável" e manifestou esperança de que ocorra uma "transformação democrática" no país.
"O presidente Assad não é indispensável e em nenhum momento investimos em sua permanência no poder", disse Hillary, em Washington, depois de o "charge d'affaires" (diplomata temporário) sírio na capital americana ter sido convocado à sede do Departamento de Estado para receber um protesto formal pelas manifestações populares que resultaram em ataques contra a Embaixada dos EUA em Damasco. "Da nossa perspectiva, ele (Assad) perdeu legitimidade. Nossa meta é ver o desejo do povo sírio por transformações democráticas converter-se em realidade."
Ao apresentar o protesto ao representante sírio em Washington, o Departamento de Estado dos EUA qualificou os ataques a sua embaixada de "ultrajantes". Em entrevista à imprensa, a porta-voz do Departamento de Estado Victoria Nuland disse que "o governo sírio não cumpriu as obrigações de acordo com a Convenção de Viena, de proteger instalações diplomáticas".
Nesta segunda-feira, centenas de manifestantes sírios atacaram as embaixadas dos Estados Unidos e da França em Damasco, quebrando janelas e pichando as paredes. Os ataques às representações diplomáticas foram caracterizados como uma reação de partidários do governo sírio às visitas protagonizadas pelos embaixadores de EUA e França na semana passada à cidade de Hama, um foco de protestos contra o regime localizado no centro do país. Pelo menos três funcionários da embaixada francesa ficaram feridos nos episódios de hoje. Não houve vítimas no ataque à representação diplomática americana. As informações são da Dow Jones.
- Partidários de Assad invadem embaixadas da França e EUA na Síria
- Manifestantes atacam embaixada dos EUA na Síria
- Síria inicia diálogo nacional, mas oposição boicota
- Enviados de EUA e França visitam Hama; 13 morrem na Síria
- ONG acusa Síria de torturar e matar presos
- Síria pode responder por crimes contra a humanidade