ONU diz que não pode determinar prazo para o relatório de inspetores

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A ONU disse neste sábado que não pode estabelecer um calendário para a conclusão do relatório dos inspetores que investigam o suposto uso de armas químicas no último dia 21 nos arredores de Damasco.

"Não podemos estabelecer um calendário", afirmou o porta-voz chefe das Nações Unidas, Martin Nesirky, após uma reunião entre o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a alta representante para Desarmamento, Angela Kane.

A equipe de inspetores deixou neste sábado (31) a Síria com destino a Holanda, e a partir de agora vai realizar a análise em laboratórios das amostras tomadas no terreno e a tradução e compilação das entrevistas com testemunhas e médicos, explicou Nesirky durante entrevista coletiva.

"O trabalho já começou", disse o porta-voz, que insistiu que "estão fazendo o possível para acelerar o procedimento, e ponderou que a equipe precisa tempo para fazer seu trabalho".

O porta-voz disse que Ban Ki-moon não falou com o presidente americano, Barack Obama, sobre a possibilidade de os Estados Unidos iniciarem ataques militares sobre a Síria em represália pelo uso de armas químicas.

O secretário-geral pediu repetidas vezes para que os membros das Nações Unidas respeitem os princípios da Carta da ONU e sua posição já conhecida que "não há alternativa a uma solução política à crise da Síria", afirmou Nesirky.

Ban está em contato tanto com a atual presidência rotativa do Conselho de Segurança, exercida pela Argentina durante agosto, como com a próxima presidência, a cargo da Austrália.

Ele se reuniu hoje durante pouco mais de uma hora com Kane e também falou brevemente por telefone com o responsável do grupo de inspetores, o professor sueco Ake Sellström, e agradeceu o trabalho dos especialistas em condições muito difíceis "com grande coragem e profissionalismo".

O secretário-geral deve falar amanhã com Sellström com mais detalhes, acrescentou o porta-voz.

Nesirky reforçou que o mandato das Nações Unidas para esta investigação, que inclui determinar se armas químicas foram usadas, permite à organização dar uma análise "imparcial e crível".