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Soldados brasileiros vistoriam grupo fora do aeroporto de Porto Príncipe: liderança em missão de paz coloca país em posição de destaque, mas amplia responsabilidades | Luiz Acosta/AFP
Soldados brasileiros vistoriam grupo fora do aeroporto de Porto Príncipe: liderança em missão de paz coloca país em posição de destaque, mas amplia responsabilidades| Foto: Luiz Acosta/AFP
  • Saiba mais sobre os estragos e as ações de ajuda no Haiti

Depois de fazer um relato preocupante sobre a situação da segurança no Haiti, o secretário-geral da Organização das Nações Uni­­das pediu ontem ao Conselho de Segurança da entidade que autorize o aumento do efetivo da Mi­­nustah, a força de paz em ação no país, em 3,5 mil soldados – dos atuais 9 mil para 12,5 mil. A instância máxima da entidade se reúne na manhã de hoje e deve atender ao pedido, segundo diplomatas que participaram da sessão.

"As cenas chocantes que eu vi ontem (domingo) nos obrigam a agir rapidamente’’, disse Ban em relato feito poucas horas após sua visita ao Haiti, de onde voltou trazendo em seu avião o corpo do representante-chefe da ONU no país, Hedi Annabi, morto no terremoto. "Vi destruição em massa e vi necessidade em massa.’’

A escalada militar da ONU se junta à dos EUA, que também ampliará sua presença no país.

Até amanhã, Washington terá despachado 13,3 mil soldados àquele país, um salto em relação aos 10 mil anunciados na sexta-feira pelo secretário da Defesa, Robert Gates, e o equivalente a pouco mais de 44% do total ordenado por Obama para a Guerra do Afeganistão no fim de 2009. Des­­ses, entre 4 mil e 5 mil estarão no solo, disse à reportagem o capitão John Kirby, porta-voz da força-tarefa americana para o Haiti, e o resto nas embarcações que já estão ou que devem chegar às águas haitianas até quarta.

A corrida pelo envio dos soldados aumenta a confusão em torno de quem está no comando das operações no Haiti, principalmente das ações envolvendo se­­gurança, que, aos poucos, passam a ser um dos aspectos mais importantes nos esforços pela recuperação do país: se a ONU, e por tabela o Brasil, país que chefia a força de paz; se os EUA, de longe com mais recursos e pessoal em atuação ali; ou se o governo do Haiti, que, se já era enfraquecido antes do de­­sastre, hoje é virtualmente inoperante.

Essa sensação foi reforçada pelo comunicado conjunto divulgado na madrugada de ontem pe­­lo presidente René Préval e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

No texto, entre outras coisas, o haitiano solicita dos EUA "a assistência necessária para reforçar a segurança em apoio ao governo e povo do Haiti e à ONU e aos parceiros e organizações internacionais presentes no terreno’’.

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