Mulher georgiana chora, com a criança no colo, em frente ao bloco de apartamentos civis bombardeados por tropas russas| Foto: David Mdzinarishvil/Reuters
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Homem chora sobre o corpo de seu irmão, na cidade de Gori, bombardeada pelos russos
Tropas da Geórgia lançam foguetes no território separatistas da Ossétia do Sul
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Os cerca de 6 mil refugiados passaram a ser a grande preocupação da Rússia, Geórgia e das Naçoes Unidas nos conflitos que acontecem na Ossétia do Sul.

Moscou apóia a Ossétia do Sul desde sua separação de fato após o fim da União Soviética. O conflito se estendeu a outras regiões da Geórgia, que tem apoio americano, principalmente à Abkázia, uma outra república separatista da Geórgia situada a oeste, à beira do Mar Negro.

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O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Antonio Guterres, expressou sua preocupação com a grave situação de milhares de civis que estão no meio do fogo cruzado e pediu que façam um corredor humanitário.

Guterres pede ainda que seja facilitado o trabalho do serviço humanitário. "Muitas pessoas precisam de ajuda. É essencial que as agências humanitárias possam chegar onde estão estas pessoas, tanto as afetadas em seus lares como as já deslocadas, e as que estão presas no conflito possam ir a uma área segura", disse.

De acordo com Guterres, "é absolutamente essencial que ambas as partes respeitem os princípios humanitários de proteção e segurança dos civis".

Fugindo da guerra

A ONU comunicou que pelo menos 2,4 mil pessoas já tiveram que deixar suas residências e buscar novos lugares dentro da Geórgia. E diz que pelo menos 4 mil atravessaram a fronteira com a Rússia.

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O governo russo, porém, fala que 30 mil pessoas entraram no país vindos da Ossétia do Sul. "Estamos passando por uma catástrofe civil", disse o vice-premiê russo Sergei Sobyanin.

O número de mortes já ultrapassa as 2 mil, segundo os governos da Geórgia e Rússia.

Neste domingo, o governo da Geórgia anunciou a retirada de suas tropas da capital da Ossétia do Sul, apesar de a Rússia negar. As agências de notícias informaram, porém, que o Exército russo atacou com bombardeios a região.

Mais reunião

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu neste domingo (10) pela quarta vez em três dias, em Nova York, para discutir a crise russo-georgiana.

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Os 15 membros do Conselho não conseguiram acordo no sábado (9) sobre um texto de compromisso pedindo uma trégua na Geórgia, onde a intervenção na quinta-feira passada de Tbilissi na república separatista da Ossétia do Sul provocou uma forte reação armada da parte da Rússia.

Os Estados Unidos têm a intenção de apresentar ainda neste domingo ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de resolução condenando os ataques russos à Geórgia, mas as probabilidades de que seja aprovada são mínimas.

"Trazemos uma proposta de resolução que sabemos que não será aceita pela Rússia - membro permanente do Conselho e com direito a veto -, mas talvez consiga o apoio dos outros 14 membros", disseram fontes diplomáticas, antes do início de uma nova reunião do principal órgão da ONU.

Na Alemanha

O ministro alemão dos Assuntos Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, conseguiu colocar em contato direto seus colegas russo e georgiano, Serguei Lavrov e Eka Tkeshelashvili, anunciou neste domingo seu ministério.

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"Ele conseguiu um contato direto entre os ministros dos Assuntos Estrangeiros georgiano e russo", afirmou o secretário de Estado alemão para os Assuntos estrangeiros, Gernot Erler, ao canal público de televisão ARD.

Nos Estados Unidos

O encarregado dos assuntos russos nos EUA, Alexandre Darchiev, declarou neste domingo à CNN que a Rússia não tem intenção de invadir a Geórgia, insistindo sobre a responsabilidade de Tbilisi no conflito.

"Não temos em hipótese alguma a intenção de invadir a Geórgia", declarou Darchiev, acrescentando: "nosso objetivo é forçar os dirigentes georgianos à paz".

Para Darchiev, o presidente georgiano, Mikhail Saakachvili, deve ser considerado "responsável do ataque bárbaro e desleal contra os civis inocentes da Ossétia do Sul, da agressão contra a Ossétia do Sul".

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"A melhor coisa que ele pode fazer agora é retirar suas tropas sem condição, eu disse bem sem condição, da Ossétia do Sul", acrescentou.