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Mulher georgiana chora, com a criança no colo, em frente ao bloco de apartamentos civis bombardeados por tropas russas | David Mdzinarishvil/Reuters
Mulher georgiana chora, com a criança no colo, em frente ao bloco de apartamentos civis bombardeados por tropas russas| Foto: David Mdzinarishvil/Reuters
  • Homem chora sobre o corpo de seu irmão, na cidade de Gori, bombardeada pelos russos
  • Soldados russos posicionados na Ossétia do Sul, região separatista da Geórgia
  • Tropas da Geórgia lançam foguetes no território separatistas da Ossétia do Sul

Tropas russas dominaram neste domingo (10) a maior parte da capital da região separatista Ossétia do Sul, na Geórgia, após três dias de batalhas. Os Estados Unidos condenaram a ação de Moscou como "perigosa e desproporcional".

A Rússia invadiu com tropas e tanques a pequena Geórgia após a tentativa de Tbilisi na quinta-feira à noite de retomar a Ossétia do Sul, uma pequena província pró-Rússia que se separou da Geórgia nos anos 90. A crise, que se agravou rapidamente, alarmou os Estados Unidos, o principal aliado da Geórgia, e gerou tensões entre os investidores na Rússia, que venderam ações e dinheiro na sexta-feira temendo que o conflito se intensificasse.

Autoridades russas disseram ter tomado o controle no domingo de grande parte de Tskhinvali, a capital de Ossétia do Sul, que foi devastada por intensos combates.

"A partir de hoje a maior parte da cidade (Tskhinvali) está controlada pelas forças de paz da Rússia", disse o coronel-general russo Anatoly Nagovitsyn, em um comunicado oficial em Moscou.

A Geórgia confirmou a retirada de suas tropas da cidade. O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Geórgia, Kakha Lomaia, disse que "comandantes militares tomaram a decisão de retirada de Tskhinvali nesta manhã".

Observada a partir de Gori, no território controlado pela Geórgia, Tskhinvali estava aparentemente tranqüila. Um correspondente da Reuters reportou ter ouvido apenas uma explosão.

Um comboio de tropas da Geórgia deixou a Ossétia do Sul via Ergneti, uma vila próxima ao território controlado pela Geórgia no sul de Tskhinvali, mas Lomaia disse que as forças georgianas ainda estavam combatenndo dentro de Ossétia do Sul e não haviam sido vencidas.

Ações perigosas

A Casa Branca lamentou a ação militar russa, que incluiu bombardeios em pelo menos três alvos na Geórgia fora de Ossétia do Sul. James Jeffrey, assessor para assuntos de segurança nacional do presidente George W. Bush, disse em Pequim - onde o presidente observava a abertura das Olimpíadas - que as ações de Moscou podem ter um "impacto significativo de longo prazo" nas relações.

"Nós lamentamos as ações perigosas e desproporcionais das forças russas e ficaremos particularmente preocupados se esses ataques continuarem agora que os georgianos estão se retirando", ele disse.

O papa Bento XVI pediu a suspensão imediata dos combates, expressando "profunda aflição" pela violência que estaria vitimando muitos inocentes e forçando civis a deixarem suas casas. As autoridades russas disseram que o número de mortos no combates que começaram na quinta-feira chega a 2.000. A Geórgia disse na sexta-feira haver até 300 pessoas mortas, a maioria civis.

"Eu tenho esperança de que a ação militar irá parar imediatamente e que eles vão se abster, em nome da herança cristã em comum, de mais combates e violência", disse o papa em seu pronunciamento no domingo. A Géorgia e a Rússia são nações cristãs ortodoxas, embora tenham igrejas nacionais separadas.

A televisão russa mostrou imagens que seriam de Tskhinvali com prédios incendiados, civis feridos recebendo atendimento médico em porões sujos e mães chorando e reclamando da falta de água e comida. "Os tanques da Geórgia atiraram contra tudo o que viram, incluindo mulheres e crianças", disse uma testemunha após ter sido retirada para a região russa de Ossétia do Norte.

Em Genebra, o comissário das Nações Unidas para refugiados Antonio Guterres expressou sua preocupação com a situação de milhares de civis surpreendidos pelos combates na região de Ossétia do Sul, onde vivem mais de 70 mil pessoas.

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