Autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) disseram estar muito preocupadas com a instabilidade, a existência de grupos armados e a perspectiva de falta de alimentos no Mali, onde cerca de 200 mil pessoas já deixaram suas casas em busca de refúgio em outras partes da região.

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A porta-voz do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Melissa Fleming, disse que mais de 2 mil pessoas fugiram para Burkina Faso e para a Mauritânia somente nos últimos cinco dias por causa da proliferação de grupos armados nas comunidades do norte do país e de outros episódios de violência desde o golpe de 22 de março.

Ela disse aos jornalistas em Genebra nesta terça-feira que "as mutilações nessas cidades estão aumentando" em meio à crescente insegurança entre fronteiras na África Ocidental.

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A porta-voz do programa de alimentos da ONU, Elisabeth Byrs, afirmou que sua agência está "particularmente preocupada" com a perspectiva de grande falta de alimentos no país.Negociações políticas

Um ex-ministro, que se identifica como negociador-chefe da junta militar do Mali, disse que o principal grupo rebelde que controla o norte do país deseja discutir o futuro do país.

O ex-ministro Mohamed Ag Erlaf disse por telefone nesta terça-feira que o Movimento Nacional pela Libertação de Azawad está aberto a discussões.

Mas o porta-voz do grupo em Paris, Moussa Ag Attaher, afirmou à emissora de televisão France 24 TV, na noite de segunda-feira, que os rebeldes não tiveram contato direto com a junta que derrubou o governo do Mali em 21 de março. Attaher afirmou que o grupo não reconhece o líder do golpe, capitão Amadou Haya Sanogo.

Segundo ele, "nem a comunidade internacional nem a população do Mali o reconhece. Se vamos negociar, precisa ser com alguém que seja reconhecido."

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O Conselho de Segurança da ONU vai realizar uma reunião de emergência sobre o Mali, depois que um grupo de soldados derrubou o governo democraticamente eleito do país. A justificativa seria a incompetência do governo em cuidar de uma rebelião de tuaregues no norte do país.

Enquanto o país enfrenta sanções diplomáticas, econômicas e financeiras, islamitas armados começam a impor a lei da Sharia nas cidades onde tomaram o controle, juntamente com combatentes da Al-Qaeda. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.