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Conflito

Oposição anuncia a suspensão dos protestos contra Evo Morales na Bolívia

Comitê Cívico de Santa Cruz comunica fim dos bloqueios de estradas e dos protestos contra o governo de Evo Morales | DAVID MERCADO/REUTERS
Comitê Cívico de Santa Cruz comunica fim dos bloqueios de estradas e dos protestos contra o governo de Evo Morales (Foto: DAVID MERCADO/REUTERS)

O presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Branco Marinkovic, anunciou neste domingo (14) o fim dos bloqueios de estradas e dos protestos contra o governo de Evo Morales na Bolívia. Segundo ele, que falou em nome de todas as entidades oposicionistas, o objetivo é dar um "sinal de boa vontade" para pacificar o país antes de reunião entre Evo e governadores oposicionistas marcada para este domingo.

A Bolívia está paralisada nas últimas três semanas por uma crise política que opõe o governo federal às províncias autonomistas. Houve confrontos de rua com cerca de 30 mortos e centenas de feridos, e até uma interrupção parcial do fornecimento de gás natural para Brasil e Argentina.

O governo da Bolívia anunciou neste domingo que as Forças Armadas tomaram Cobija, capital do estado de Pando, palco dos principais conflitos de rua.

Segundo fontes do governo, o Exército tomou conta das unidades policiais e militares da região e está patrulhando as ruas da capital, que, assim como o resto do departamento, está em estado de sítio desde a noite de sexta-feira. Não há informação sobre vítimas.

Apesar de criticarem o que chamaram de "militarização" de Cobija, os governadores de oposição anunciaram que mesmo assim vão se reunir com Evo para tentar um acordo.

Segundo a rádio estatal, o Exército também quer patrulhar a área rural do estado, onde ocorreram confrontos, como na cidade de Porvenir.

Testemunhas ouvidas pela agência Reuters disseram que o clima em Cobija era calmo neste domingo, sem presença de tropas.

O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, disse que há uma ordem de prisão contra o governador de Pando, Leopoldo González, acusado pelo governo de envolvimento nas mortes provocadas pelos confrontos e também de descumprimento do estado de sítio.

Falando por telefone à agência EFE, Fernández negou as acusações e pediu à população do estado que aceite o estado de sítio ("ainda que nos doa muito"), mas disse que não admitirá ser preso porque considera isso "um abuso". Ele disse que admite ser investigado pelos incidentes em seu estado, mas não admite a prisão porque é "uma autoridade eleita".

Fernández disse que está em casa, em Cobija, e que chamou o ministro Juan Ramón Quintana para dialogar. Aceno

Em uma entrevista a correspondentes estrangeiros no sábado, Morales havia acenado aos governadores com a possibilidade de negociar a autonomia regional na proposta da nova Constituição boliviana-uma das reivindicações da oposição. Ele disse que o diálogo com a oposição está "sempre aberto".

Mas, em ato em Cochabamba no mesmo dia, ele também chamou os movimentos sociais a defender "o processo de mudança" no país e a "morrer pela pátria" diante do que chamou de uma "conspiração" dos oposicionistas.

Morales também lançou uma campanha pela aprovação da nova Constituição, que deve ser aprovada em referendo popular em dezembro. A oposição é contrária à nova Carta, com o argumento de que não participou de sua aprovação, e faz campanha contra o referendo. Reunião de presidentes

A presidente do Chile e da Unasul (bloco diplomático que reúne os países da América do Sul), Michelle Bachelet, disse que convocou os presidentes para uma reunião de emergência para discutir a crise da Bolívia .

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença na reunião.

Os governadores de oposição pediram neste domingo para participar da reunião da Unasul na segunda. Mario Cossío, governador de Tarija, disse que enviou carta a Bachelet com o pedido.

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