Rebeldes na entrada de Duékoué, onde os confrontos com forças do governo deixaram centenas de mortos| Foto: Zoom Dosso/AFP

Pressão

União Europeia impõe novas sanções ao regime

A União Europeia impôs novas sanções contra o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, proibindo a compra de títulos de seu governo. Os 27 membros da UE adotaram as medidas" em vista da gravidade da situação no país", afirmou um comunicado do bloco.

A nova regra de restrições da União Europeia, no entanto, prevê exceções, a fim de garantir que fundos necessários para ajuda humanitária estejam disponíveis.

A insegurança nas principais cidades do país aumentou ontem. Vários jornalistas estrangeiros e diplomatas de Japão, Israel e Índia pediram ajuda aos Estados Unidos para fugir de um bairro sitiado da capital.

"Nos pedem ajuda e informamos suas inquietações e suas necessidades à (força francesa) Licorne e à ONU", declarou William Fitzgerald, subsecretário de Estado adjunto para a África. O diplomata citou o embaixadores do Japão, da Índia, e de Israel.

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Abidjã - Forças leais a Alassane Ouattara, presidente eleito da Costa do Marfim, atacaram ontem a residência oficial numa tentativa de depor o atual mandatário, Laurent Gbagbo, mas foram repelidos pe­los aliados do líder.

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Gbagbo se recusa a reconhecer a vitória do rival na eleição de novembro passado, reconhecida pela ONU, e rejeita abandonar o cargo.

Em meio a intensos combates nos arredores da residência presidencial em Abidjã, os oposicionistas venceram as forças governistas e chegaram a abrir os portões do complexo no qual Gbagbo se en­­contra entrincheirado.

Mas recuaram após se defrontarem com o numeroso contingente de apoiadores do atual presidente que protegem o local. Gbagbo está há dias refugiado no bunker do subsolo da residência.

"Eles abriram os portões [do complexo que abriga a residência] e perceberam que o local é protegido por armamentos pesados’’, disse Affoussy Bamba, residente de Abidjã. A cidade é a antiga capital da Costa do Marfim e ainda abriga prédios de governo.

Apesar do recuo, as forças de Ouattara não desistiram da investida e se reagruparam em região próxima para planejar o novo ataque. Ainda na noite de ontem, havia a expectativa de iminente ofen­­siva contra a residência oficial. "Nós recuamos, mas estamos preparando o segundo ataque’’, disse Yver Doumbia, porta-voz de Ouattara.

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O palácio presidencial também foi alvo de ataques de oposicionistas. E durante o dia testemunhas relataram helicópteros sobrevoando o local, mas sem tomar parte na ofensiva pró-Ouattara.

Na última segunda, helicópteros da ONU foram utilizados para atacar quatro alvos de Gbagbo sob pretexto de proteger civis. A iniciativa atraiu crítica por uma suposta adesão a um dos lados.