A oposição boliviana aceitou nesta terça-feira (15) avançar nas conversações formais com o presidente Evo Morales para resolver uma violenta crise que sacode a empobrecida nação sul-americana.
"Concordamos firmar esse acordo para que volte a paz", disse o governador de Santa Cruz, Rubén Costas.
O acordo inclui uma lista de temas que os governadores oposicionistas rebeldes discutirão com o presidente esquerdista.
Minutos depois, o governador de Tarija, Mario Cossío, assinou o acordo na cidade de Santa Cruz na presença de um alto prelado da Igreja Católica e sustentou que o documento tem os elementos necessários para superar a crise.
Horas antes, ele havia dito que o diálogo com o governo agonizava depois da detenção de um prefeito regional (governador) pela matança de camponeses seguidores do presidente Evo Morales.
Em resposta a Cossío, o vice-presidente Alvaro García convidou a oposição a firmar um acordo em que abrange as demandas regionais sobre autonomias, a divisão de um imposto petrolífero e a designação de autoridades pendentes nos poderes judiciário e eleitoral.
As negociações incluem também modificações no texto de uma nova Constituição socialista patrocinada por Morales.
Mas García afirmou que o governo não negociaria a impunidade pelo massacre e descartou a possibilidade de libertar o dirigente detido.
"Estes temas serão discutidos na presença de testemunhas e facilitadores (...) para garantir que este diálogo comece e termine bem, para garantir que o que nós acordarmos seja cumprido e que muito em breve a Bolívia possa assinar um grande acordo nacional", afirmou Cossío.
Cossío anunciou que já foi determinado o fim das ocupações a prédios públicos e de instalações petrolíferas e o término dos bloqueios rodoviários promovidos por oposicionistas.
"Concordamos também em fazer todos os esforços para frear de maneira imediata a violência em todo o território nacional", acrescentou o governador de Tarija, que assim como Costas não se manifestou sobre a detenção do governador de Pando, Leopoldo Fernández.
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