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Oriente Médio

Oposição cancela protestos no Irã e pede luta pacífica

O líder de oposição do Irã defendeu neste sábado (12) a continuidade na luta contra o governo, apesar do cancelamento de uma grande manifestação que havia sido prevista para marcar um ano dos violentos protestos contra a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad para a presidência. Hossein Mousavi disse que a oposição "continuará utilizando seus métodos pacíficos" de resistência ao governo, o qual considera fraudulento. Apesar do pedido de paz dos líderes oposicionistas, houve alguns confrontos esporádicos entre manifestantes e forças de segurança neste sábado, segundo a CNN.

A rede norte-americana informou, em seu site, que testemunhas confirmaram que os confrontos esporádicos em Teerã começaram por volta das 18h (hora local). As testemunhas disseram que várias pessoas foram agredidas por cassetetes dos policiais e pelo menos cinco foram presas. Também foi usado gás lacrimogêneo para dispersar a multidão em alguns pontos da capital, entre eles a Praça Vali Asr. A CNN lembra que, pelas restrições ao trabalho da mídia no Irã, os relatos das testemunhas não podem ser confirmados de modo independente.

O tom do discurso de Mousavi deixou também evidente a indecisão e a perda de poder do movimento diante da reação violenta do governo. Mousavi e outro líder da oposição, Mahdi Karroubi, suspenderam na última quinta-feira (dia 10) planos para a realização de uma manifestação nas ruas neste sábado, citando temores de que o governo agisse novamente com violência.

A oposição diz que pelo menos 80 manifestantes morreram nos conflitos de rua com as forças de segurança do governo após as eleições de 12 de junho de 2009, cuja vitória de Ahmadinejad foi considerada uma fraude. Os conflitos foram os piores desde a Revolução Islâmica em 1979. As autoridades do governo dizem que cerca de 30 pessoas morreram.

No fim da tarde (hora local) deste sábado, o clima estava tenso nas ruas no centro de Teerã, conforme trabalhadores de escritórios e estabelecimentos comerciais deixavam seu trabalho. Sábado é o primeiro dia útil no Irã. Centenas de policiais foram distribuídos nos principais cruzamentos do centro. O governo, que havia advertido que manifestações seriam fortemente confrontadas, disse que o aumento do policiamento faz parte dos procedimentos de rotina em Teerã.

Em nota divulgada hoje, Mousavi disse que embora a oposição "tenha sido colocada fora da arena", perseverará por outros meios - em uma referência ao fato de as manifestações terem sido suspensas e numa demonstração da intenção do movimento de manter a resistência política.

Na nota divulgada no site Kaleme.com, Mousavi pediu aos iranianos que distribuam filmes, fotos, vídeos e registros de celulares sobre o que realmente está acontecendo no país. "Temos de expandir nossa rede social, nossos websites, este é o nosso melhor caminho", acrescentou Mousavi. "Isto funciona como uma arma. Esta é a nossa arma contra a força militar."

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