Os países ocidentais e árabes que se opõem ao líder Muamar Kadafi prometeram na quinta-feira liberar centenas de milhões de dólares para ajudar os rebeldes da Líbia, numa tentativa de intensificar a pressão para tirá-lo do poder.

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Aviões da Otan vêm bombardendo as forças de Kadafi desde março, mas os rebeldes, mal equipados e desorganizadas, não estão sendo capazes de aproveitar os ataques para ampliar o controle de áreas além do seu reduto, no leste da Líbia.

Ministros de uma coalizão anti-Kadafi chamada "grupo de contato da Líbia", que inclui Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Itália, bem como Catar, Kuweit e Jordânia, concordaram, em Roma, com a criação de um fundo para ajudar os rebeldes, que estão desesperadamente necessitados de dinheiro.

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O Conselho Nacional de Transição, instaurado pelos rebeldes e com sede na cidade de Benghazi, no leste do país, diz que precisa de 2 bilhões a 3 bilhões de dólares de ajuda imediata. Um porta-voz disse que os rebeldes só tinham fundos para pagar necessidades básicas até o final de maio.

O primeiro-ministro do Catar, Hammad bin Jassim al-Thani, disse que seu país ofereceu de 400 milhões a 500 milhões de dólares para o chamado Mecanismo Financeiro Temporário. O Kuweit prometeu 180 milhões de dólares.

No entanto, outros foram mais cautelosos e não revelaram a quantia exata que podem doar. A Grã-Bretanha disse que já contribuiu o suficiente.

"O Mecanismo Financeiro Temporário está bem definido e vai entrar em vigor nas próximas semanas", disse o chanceler francês, Alain Juppé, a repórteres. Ele disse que Paris ainda avaliaria sua contribuição.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que Washington vai tentar aprovar uma legislação para desbloquear bilhões de dólares em ativos da Líbia para os rebeldes.

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Washington congelou cerca de 30 bilhões de dólares em ativos de propriedade do governo de Kadafi, mas há obstáculos legais para acessá-los. Por causa de sanções da ONU, os rebeldes não podem exportar petróleo.

"É um bom começo", disse Mahmoud Jabril, chefe de governo interino dos rebeldes.

A reunião de Roma discutiu maneiras de deter Kadafi na exportação de petróleo bruto ou importação de petróleo refinado. A coalizão está buscando maneiras de isolar o governo de Trípoli dos mercados mundiais.

"O regime não deve ser autorizado a ter qualquer acesso às receitas do petróleo e do gás natural para sustentar ações contra o povo líbio", informa o comunicado da reunião.

Na sua declaração final, o grupo de contato disse que o tempo estava se esgotando para o governo de Kadafi, que está cada vez mais isolado diplomaticamente. Ele pediu à comunidade internacional para não receber os seus enviados.

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O ministro dos Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, negou que a situação na Líbia tenha atingido um impasse, mas sem um importante avanço militar à vista, a atenção agora se concentra em buscar formas de cortar o sustento financeiro de Kadafi.

A coligação prometeu deter importações de armas e mercenários para o lado do governo e bloquear a televisão por satélite da Líbia.