Moradores de Foz do Iguaçu fizeram no final da tarde de ontem uma manifestação pacífica na Praça das Nações, área central da cidade, em defesa da criação do Estado palestino. O protesto, realizado em vários países, reforçou o apelo para o reconhecimento da nação palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que será aberta hoje.
O ato reuniu centenas de crianças, mulheres, jovens, líderes religiosos e representantes da comunidade palestina da cidade. Com bandeiras, os manifestantes usaram argumentos para ressaltar a importância da iniciativa, proposta pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) Mahmoud Abbas. Os árabes criticam a posição dos Estados Unidos que fazem lobby para que sejam retomadas as negociações de paz com Israel. Os Estados Unidos argumentam que não é possível criar um Estado palestino sem um acordo de paz com Israel.
O xeque Mohsin Alhassani, diretor do Centro Islâmico, diz que é direito de qualquer pessoa viver tranquilamente e ser livre. "A identidade surge quando se tem um país, um território e uma bandeira", diz.
Alhassani elogiou e posição da presidente Dilma Roussef, que defendeu a criação do Estado palestino e criticou o presidente Barack Obama. Segundo ele, a política de Obama não difere daquela adotada pelo ex-presidente George W. Bush. Para o xeque a esperança de um desfecho positivo é grande.
O comerciante Mohamad Hassan, 66 anos, um dos primeiros palestinos a chegar em Foz do Iguaçu, por volta de 1968, quer um basta à ocupação de Israel. "Mais do que nunca chegou a hora de aprovar. Chega de 44 anos de ocupação", diz.
Em Foz do Iguaçu vivem cerca de 200 palestinos, entre imigrantes e descendentes. São cerca de 50 famílias cuja maioria trabalha no setor comercial.