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Moradores da cidade de Santa Elena, no Equador, fogem da região beira-mar após alerta de tsunami | Camilo Pareja/AFP
Moradores da cidade de Santa Elena, no Equador, fogem da região beira-mar após alerta de tsunami| Foto: Camilo Pareja/AFP

Brasil está livre de grandes terremotos

Cenas devastadoras, como a da destruição causada pelos abalos no Japão, dificilmente serão vistas no Brasil. Pelo menos é o que indica o sismólogo Lucas Vieira Barros, coordenador do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB).

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Após tragédia, país recebe oferta de ajuda de 45 países

Nas primeiras horas após o terremoto de ontem, o Japão recebeu ofertas de ajuda de 45 países. Um total de 68 equipes internacionais de busca e resgate estavam em alerta para entrar em ação. As forças dos Estados Unidos, que têm bases no país, foram uma das primeiras a atuar. A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou aguardar apenas o sinal verde das autoridades japonesas para agir.

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Quase tão rápido quanto o avanço das ondas do tsunami sobre o Japão, o pânico se espalhou pelos quatro cantos do mundo. Tudo indica que a acomodação da placa Pacífica em relação à placa vizinha Norte-Americana tenha feito com que o país testemunhasse o pior tremor no país desde que os registros são realizados [até então, o maior tinha atingido 8,5 graus, em Sanriku, no ano de 1896, matando 27 mil pessoas], segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

Logo após o primeiro tremor, às 14h46 da hora local (2h46 em Brasília), o aviso de ondas gigantes emitido pelo Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico foi ampliado. "A avaliação do nível do mar confirma que foi gerado um tsunami que pode causar grandes danos", advertiu em seu site o Centro, que pediu que as autoridades "tomem as medidas apropriadas diante desta ameaça."

O primeiro alerta foi emitido para Japão, Rússia, Filipinas, ilhas Marianas, Guam, Taiwan, Ilhas Marshall, Indonésia, Papua Nova Guiné, Micronésia e Havaí (EUA). Depois, México, Gua­temala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Honduras, Chile, Equador, Colômbia e Peru foram incluídos no boletim do Centro, que fez o mesmo com Austrália, Nova Zelândia, Fiji, Samoa e várias ilhas da Polinésia.

As primeiras ondas começaram a chegar ao litoral de Waikiki, no Havaí, por volta das 11h20min da manhã, no horário de Brasília. Nenhum dano foi provocado pelas ondas, que também foram percebidas em outras ilhas do arquipélago americano. As ondas chegaram com força diminuída e sem causar danos. Na ilha de Kauai, ondas de 48 centímetros foram vistas na praia de Nawiliwili, e de 71 centímetros na praia de Barbers Point, na ilha de Oahu, de acordo com um centro de emergências de Honolulu.

América Latina

Por volta das 14h30, horário de Brasília, as primeiras ondas do tsunami japonês atingiu a costa do Pacífico da América Latina, no México, colocando a maioria dos países da região em estado de alerta. As ondas atingiram o litoral do estado mexicano de Baja California (noroeste) por volta das 14h30, horário de Bra­sília, e desceram progressivamente até Puerto Williams, no extremo sul do Chile. O governo do México decretou o alerta na costa do Pacífico, mas informou que o fenômeno representava "um risco moderado". Na América Central, Costa Rica, Honduras, Guatemala, Nica­rágua e Panamá também emitiram um aviso de alerta de tsunami para a região banhada pelo Pacífico. O estado de alerta vermelho decretado em Honduras implicou na saída de milhares de pessoas. Mais ao sul, no Equador, cerca de 300 mil pessoas foram evacuadas. No sul do continente americano, o Chile, que já foi devastado por um terremoto de magnitude 8,8 e um tsunami que deixaram 555 mortos e desaparecidos, e o Peru emitiram alertas preventivos, além de pedir que a população mantenha a calma.

No Chile, as autoridades decretaram a evacuação de zonas costeiras da Ilha de Páscoa, com cerca de 4 mil habitantes.

Fenômeno é imprevisível

Que o Japão é um país vulnerável a terremotos já se sabe. Mas prever quando eles podem acontecer ainda é um grande desafio. "A previsão de terremotos é muito limitada. Não conhecemos o suficiente as placas tectônicas’’, afirma o geofísico Afonso Lopes, do Instituto de Geofísica, As­­tronomia e Ciências Atmos­féricas (IAG), da USP.

Mas levantamentos estatísticos, com dados históricos de terremotos, podem indicar a chance de haver um sismo em certa região.

Além disso, "é possível analisar alguns sinais momentos an­­tes dos grandes terremotos’’, explica a sismóloga Tereza Hi­­gashi Yamabe, da Unesp (Uni­­versidade Estadual Paulista).

Por exemplo: tremores localizados, liberação de gases, animais saindo do chão (como cobras) e elevação do solo (como um bolo no forno).

O Japão, que possui tecnologia para detectar esses sinais, aciona rapidamente um alerta à população na suspeita de terremoto.

No caso de tsunamis, causados por um terremoto cujo epicentro fica no mar, o alerta pode ser dado pouco antes da chegada da onda. Mas o deslocamento das placas tectônicas é mais complicado de prever.

"É difícil monitorar o que ocorre a uma profundidade tão grande’’, diz o geólogo Ticiano José dos Santos, da Unicamp (Universidade Estadual de Cam­­pinas).

No Japão, o tremor da madrugada de ontem foi o maior do país e o sexto do mundo.

Há quem diga que um futuro tremor irá "dividir o país ao meio’’. Mas, novamente, isso é difícil prever.

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