As forças de segurança paquistanesas vasculharam um campo usado por militantes apontados como envolvidos nos atentados em Mumbai neste domingo (7). Mais de dez pessoas foram presas no Paquistão - alguns funcionários do setor de inteligência apontaram 15 presos -, na primeira resposta prática do país aos ataques, disseram militantes e fontes de inteligência nesta segunda-feira.

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A identidade dos detidos não havia sido revelada. O jornal Dawn afirmou que um deles é Zaki-ur-Rehman Lakhvi, suposto militante apontado por Nova Délhi como um dos organizadores dos ataques em Mumbai, que deixaram 172 mortos.

A Índia e os Estados Unidos suspeitam que militantes sediados no Paquistão planejaram e cometeram os atentados. Com isso cresceu o temor na relação entre os vizinhos do sul da Ásia, ambos nações com armas nucleares, que já travaram três guerras.

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O governo civil do Paquistão sofre bastante pressão internacional para combater os extremistas e demonstrar que não há vínculos entre eles e o poderoso setor de inteligência nacional. O governo indiano afirma que os ataques foram organizados e cometidos por militantes do Laskhar-e-Taiba, um grupo militante paquistanês acusado de outros ataques em território indiano.

No domingo, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse que "não há dúvida" de que os ataques foram planejados em solo paquistanês.

Incursão

Segundo dois militantes, as tropas paquistanesas trocaram tiros com supostos extremistas na operação de domingo no campo Muzaffarabad, perto da cidade de mesmo nome, no lado paquistanês da Caxemira, uma região disputada entre os dois países. Os militantes afirmam que o local foi usado até 2004 pelo Laskhar-e-Taiba para treinar militantes dispostos a enfrentar o governo indiano na Caxemira. Mais recentemente, foi usado pela Jamaat-ud-Dawa, uma organização ligada ao Laskhar, para educação e trabalho de caridade, de acordo com os próprios militantes.

Um funcionário graduado do setor de inteligência indiano afirmou que foi usado um helicóptero na operação. Segundo ele, mais de 12 detidos estavam sendo interrogados sobre sua possível relação com os ataques em Mumbai, que mataram mais de 170 pessoas. Outros funcionários afirmaram que o número exato de presos é 15.

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Analistas apontam que o Laskhar foi criado com a ajuda do setor de inteligência paquistanês, na década de 1980. A função inicial do grupo seria apoiar as forças que combatem a presença indiana em parte da Caxemira. Nesta segunda-feira, o fundado do Laskhar, Hafiz Saeed, afirmou que a incursão contra o grupo era "um sinal de fraqueza" do governo paquistanês.

Comboio incendiado

Dezenas de veículos militares foram incendiados nesta segunda-feira por militantes que atacaram no noroeste do Paquistão, segundo uma testemunha e um repórter. O alvo da operação foi um terminal de caminhões que transportam suprimentos para as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e dos Estados Unidos no Afeganistão. Cerca de 75% das rotas de suprimentos às tropas ocidentais que lutam no Afeganistão passam pelo Paquistão.

O ataque ao terminal de Peshawar foi o segundo em dois dias. A ação mostrou a mobilidade dos rebeldes, que controlam amplas áreas no Paquistão próximas do território afegão.

Um trabalhador do terminal, Altaf Hussein, disse que vários militantes chegaram ao terminal Bilal lançando granadas. Em seguida puseram fogo em mais de 50 veículos, a maioria caminhões, que estavam prestes a partir com suprimentos para o Afeganistão. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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