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O presidente paraguaio Fernando Lugo, em Assunção: apelo ao Congresso | Rafael Urzua/Reuters
O presidente paraguaio Fernando Lugo, em Assunção: apelo ao Congresso| Foto: Rafael Urzua/Reuters

O governo do presidente paraguaio, Fernando Lugo, mobilizou nesta segunda-feira cerca de mil policiais e militares no norte do país, depois que o Congresso declarou estado de exceção para o combate a um grupo armado que semeou o terror na região.

Lugo disse que os militares terão a possibilidade de usar armas de guerra para a captura dos membros do grupo Exército do Povo Paraguaio (EPP), acusados de serem responsáveis por sequestros e assassinatos na zona limítrofe com a Bolívia e o Brasil.

O Congresso aprovou no sábado uma lei que permite a Lugo decretar detenções e transferências sem ordem judicial em cinco dos 17 departamentos do país, mas o governo esclareceu que só fará uso dessas faculdades em caso de extrema necessidade.

"O objetivo operativo concreto foi de permitir a participação das forças militares em tarefas armadas, o que não seria possível sem o estado de exceção", explicou Lugo em uma entrevista à imprensa na residência presidencial.

"Nenhum artigo constitucional está sendo suspenso com essa medida. A vida das pessoas deve transcorrer de modo normal nas regiões citadas", acrescentou o presidente.

O EPP teria cerca de cem membros com vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - o maior grupo guerrilheiro colombiano - e seria responsável pelo assassinato de quatro pessoas em uma emboscada na semana passada.

Desde o começo do ano, os militares já apoiavam o trabalho da polícia na região, mas não tinham autorização para agir diretamente.

Os recursos da polícia se mostraram insuficientes para a luta com um grupo que tem armas sofisticadas, equipamento e treinamento para sobreviver nas densas matas do norte.

O Congresso, onde a oposição tem maioria, aprovou o estado de exceção por 30 dias, a metade do tempo pedido por Lugo, que se encontra sob forte pressão para agir contra o EPP.

"A captura do EPP será um grande avanço, mas não será o único meio de devolver a segurança aos cinco departamentos onde rege o estado de exceção", disse Lugo, que não descartou pedir a prorrogação da medida ao congresso.

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