A empresa que processa pagamentos para o site WikiLeaks informou nesta quinta-feira que pretende ir à Justiça contra as empresas de cartões de crédito Visa e MasterCard pela negativa delas em processar doações do site, que tem como meta vazar documentos secretos. Na quarta-feira, hackers realizaram ataques contra os sites da Visa, da MasterCard, de promotores suecos e de um banco suíço. O site da ex-candidata republicana à presidência dos Estados Unidos Sarah Palin também foi atacado.
O diretor-geral da empresa islandesa DataCell, Andreas Fink, disse que buscará uma compensação pelos danos provocados pelas companhias financeiras norte-americanas, por sua decisão de bloquear a doação de fundos para o WikiLeaks. "É difícil acreditar que uma empresa tão grande como a Visa possa tomar uma decisão política", disse Fink por telefone, falando da Suíça. Em um comunicado anterior, sua empresa defendeu o site e disse: "É simplesmente ridículo pensar que o WikiLeaks cometeu um crime."
O WikiLeaks tem sofrido forte pressão desde que começou, na semana passada, a publicar cerca de 250 mil documentos diplomáticos do Departamento de Estado norte-americano. O site já sofreu ataques virtuais e ameaças contra seu fundador, Julian Assange, que se encontra agora em uma prisão britânica, lutando contra uma possível extradição para a Suécia, onde foi acusado de abusos sexuais.
Um provedor de servidor de internet norte-americano e várias empresas financeiras cortaram suas relações com o site, algumas alegando violações dos termos de uso. Durante a semana, a Visa e a MasterCard afirmaram que deixariam de processar os pagamentos para o WikiLeaks, ainda que não tenham dado uma explicação detalhada para sua decisão.
Os partidários do grupo condenaram a medida e lembraram que organizações ainda mais controvertidas, como a norte-americana Ku Klux Klan e o Partido Nacional Britânico, de ultradireita, utilizam os serviços da Visa e da MasterCard.
A MasterCard não respondeu aos pedidos para que divulgasse sua opinião. Um porta-voz da Visa Europe disse que as organizações podem receber recursos por meio da Visa sempre e quando sejam legais e não rompam as regras de operação da empresa. As informações são da Associated Press.
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